Vou tentar evitar piadas de português aqui, embora a situação quase exija.
Dia 18 de novembro haveria um show do Arcade Fire em Lisboa, no Pavilhão Atlântico. Os ingressos foram vendidos aos milhares – dizem que 20 mil. Haveria. Curiosamente, a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte, pra quem fugiu da escola, a maior força militar européia) terá um congresso de 19 a 20 de novembro no Parque das Nações, que é próximo ao local do show.
Veja, as datas não são coincidentes. São próximas, mas não coincidentes. Esse é o argumento da organizadora do evento, a Everything Is New. Mas o Ministério dos Negócios Estrangeiros (que pra língua brasileira traduzimos para Ministério das Relações Exteriores) bateu o pé e disse que não há como garantir a segurança dos dois eventos simultaneamente.
Segundo afirmou o empresário do Arcade Fire, Scott Roger, ao jornal Público, “A banda está desiludida por se ver forçada a esta situação mas não há mais nada que possamos fazer. Esperamos regressar a Portugal o mais cedo possível”. O jornal ainda completa: “Tanto a banda como a produtora afirmam ter sido informados da indisponibilidade do Pavilhão Atlântico para este concerto apenas este fim-de-semana”. Ou seja, em cima da hora.
A pendenga vinha acontecendo desde julho último e não se chegou a um acordo. O dinheiro dos ingressos já começou a ser devolvido.
Não entendo lhufas de segurança nacional, mas: as datas não são as mesmas, o local não é mesmo, os eventos são completamente distintos, então… por quê? Portugal não tem condições de assegurar um bando de guris num dia e um bando de engravatados chegando à cidade pra um evento no dia seguinte?
Deu nó na cabeça deles? Posso estar enganado, mas isso parece piada: quantos portugueses são precisos para trocar uma lâmpada? Entende…?
Bem que o Arcade Fire, com essa abertura na agenda, podia vir tocar aqui, pra incrementar ainda mais esse novembrão que teremos.