O Floga-se é suspeito pra falar da Repentina. Autora do melhor disco brasileiro de 2010, na nossa modesta opinião, a Repentina de Eliane Testone acabou arrebatando nossos corações e mentes.
Infelizmente, o disco “Repentina” não teve lançamento adequado (“ainda nem lancei o primeiro disco (apropriadamente)”, diz Eliane). Ainda há tempo de você conhecer (o Floga-se, em breve, vai fazer uma promoção pra dar algumas dessas pérolas aos leitores).
Se não conhece, poderá ter uma ideia do que se trata nessas quatro demos que a Repentina publicou na sua página do SoundCloud. São quatro “experimentações usando, além do violão, outros instrumentos como bateria eletrônica e tecladinho”, que “pode ser que venham a ser lançadas em algum EP ou (num) próximo disco, esse ano”, segundo Eliane.
Não custa repetir: são demos, experimentações, não é o produto final. Reafirmação que só vale para mostrar o quão saborosa é a música da Repentina, seja em português ou em inglês, um indie-pop de qualidade que dificilmente se ouve em criações nacionais. Preste atenção especial em “Tenho Pressa” e seu tecladinho safado, e em “Só Hoje”, uma música que o Autolux teria orgulho de ter criado.
Aqui, a própria Eliane dá uma explicação sobre cada uma das músicas. Leia, ouça, delicie-se.
“Paranoiam”
“É sobre a dificuldade das pessoas em serem elas mesmas, quando se relacionam com outras ou ainda a dificuldade em deixar de pensar apenas em si próprias para abrir espaço pro outro. ‘Paranoiam’ é sobre paranóia também, sobre o julgamento dos outros sobre minha personalidade e sobre as minhas atitudes e o medo de ser eu mesma (…). Sabe, quase sempre fico insegura de mostrar minhas músicas e desenhos porque são toscos, mas eu só sei fazer assim quando faço sozinha e prefiro do que esperar por parcerias, simplesmente porque preciso fazer…”.
“Apatia”
“É sobre o uso de cocaína, o estereótipo da rebeldia e a tristeza de quem cai nessa sem ver saída. E como a paixão pode ser como uma droga ou como a droga pode ofuscar uma paixão”.
“Tenho Pressa”
“(A música é) sobre a frieza e a distância entre as pessoas criadas pelos msn, chats, facebooks da vida… E o desperdício de tempo com tudo isso, enquanto poderíamos estar juntos, se relacionando de verdade, dando rolê na rua. (…)”.
“Só Hoje”
“É sobre ‘sofrer por amor’. Me inspirei numa letra da banda Distillers, que diz ‘só essa noite eu morreria por você’. Amo essa letra porque me ajudou muitas vezes em que estive sofrendo por alguém e o método ‘só hoje’ funciona muito bem! Quis repassar a dica”.
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[…] Agora, a nova “Paranoiam”, cuja demo você pode ouvir clicando aqui: […]
eu quis morrer por vc