O que? Paulinho da Viola nesse blogue?
Pois é. É que a história é boa.
Fui ao show do cidadão, com minha senhora, sexta-feira passada, no Teatro FECAP, naquela muvuca da Liberdade (parece mais uma cidade universitária, com universidades ruins). Paulinho da Viola é um daqueles sujeitos que ainda dão orgulho na música nacional. Cara calmo, músicas idem, chorinhos e sambas antigos, esse tipo de coisa. Um sujeito rock’n’roll, pode acreditar. Tocou dois hits, no máximo, se é que podemos chamar de hits. A platéia pedia e ele, todo sorridente, declinava na boa.
Mas o melhor são as histórias que ele conta entre uma música e outra. Contou essa: ele foi convidado pela Marisa Monte para fazer parte do projeto de revitalização da Velha Guarda da Portela. Nada mais justo, afinal o cara é o padrinho da Velha Guarda (ele e o fundador, Paulo Benjamim de Oliveira, o Paulo da Portela). Paulinho da Viola contou que nesse período, ele ia muito à casa da moça, e ficavam até altas horas tocando e conversando. Nessas, aparecia também o insuportável Arnaldo Antunes. Paulinho mostrou um samba antigo, que ainda não tinha letra e pediu para o ex-titã colocar uns versos ali na melodia. Saiu uma música decente, pode acreditar.
Mas o melhor foi o comentário de Paulinho da Viola: “a parceria deu certo, mas eu não virei um Tribalista, hein…?”. O tom foi irônico. Todo mundo entendeu. Paulinho da Viola tá acima dos Tribalistas. E das críticas.