Não sei se foi naquela final da Supercopa São Paulo de Juniores, entre Palmeiras e São Paulo, em 1995, que me dei conta disso. Faz tempo. Naquele dia, houve mais uma das tantas guerras entre torcidas. Essa foi televisionada. Torcedores de ambos os times invadiram o gramado, com paus e pedras nas mãos, e começaram a se enfrentar. Um morreu diante das câmeras (Márcio Gasperin, de 16 anos), com uma paulada na cabeça.
O choque foi grande. Morreu por qual motivo? Apesar da discussão intensa à época, só consigo pensar numa palavra pra resposta: ignorância. Ignorância travestida em um dos grandes males da sociedade desdes os tempos das cavernas: o fanatismo.
Torcedores de futebol são como fanáticos religiosos – e como tantos outros capengas intelectuais, mentais e culturais. O motivo exato pelo o qual pessoas comuns, de bem, trabalhadoras e sonhadoras, se tornam animais irracionais e assassinos, quando em turbas com outros iguais a ele, sob o símbolo de uma bandeira ou ideia qualquer, ainda foge da lógica.
O prazer que um time de futebol oferece, como alternativa pra loucura da vida miserável de seus seguidores, pode ser uma explicação lógica pra tanta insanidade, mas está longe de ser satisfatória. É como o efeito de uma droga qualquer: a satisfação da vitória, de derrotar o rival – que é diferente de adversário, numa clara deturpação da ordem esportiva – dá ao torcedor o prazer de experimentar o triunfo que ele não experimenta na sua vida pessoal ou profissional. A decepção da derrota, no sentido oposto, portanto, pode ser fulminante pra sua razão.
A sociedade trata esses torcedores violentos como marginais, mas pouco faz pra resolver o problema. Eles são de fato marginais. Mas é só porque levam ao cabo seus pensamentos extremistas. O adversário é o rival que merece toda sorte de chacotas e dor moral ou física. Tal e qual os adversários religiosos. Ou, como veremos, fãs de música e afins.
Não se trata de acabar com a diversão. Tirar sarro do adversário que foi rebaixado no campeonato é divertido, mas deveria ficar restrito a isso, a um momento de lazer. É a velha história do saber perder e saber ganhar. Quem perde tem que saber ouvir e aguentar as brincadeiras. Quem ganha tem que saber provocar na medida certa. É preciso moderação.
Embora se saiba que, como na religião, nem mesmo os moderados são assim tão benéficos. Fanáticos jogam bombas uns nos outros, se matam, foram inquisidores até o século XIX, e, nos dias de hoje, tratam ateus e agnósticos como o diabo em pessoa. Já os moderados não aceitam que certos preceitos de sua fé, por mais surreais que sejam, possam receber críticas. Há diferença na prática; mas não muita, quando se embala na rede das ideias.
É como diz o neurocientista Sam Harris (cujo pai era quaker): “experimente dizer a um cristão devoto que a mulher dele o está enganando, ou que o iogurte congelado pode tornar a pessoa invisível, e ele provavelmente exigirá provas tanto quanto qualquer pessoa, e só vai se deixar convencer se você lhe apresentar essas provas. No entanto, se alguém lhe disser que o livro que ele mantém na cabeceira foi escrito por uma divindade invisível que vai puni-lo com o fogo eterno se ele não aceitar cada uma das afirmações inacreditáveis ali contidas acerca do universo, ele não vai exigir provas de espécie alguma”.
“A moderação religiosa surge do fato de que mesmo a pessoa menos instruída entre nós simplesmente sabe mais acerca de certos assuntos do que qualquer pessoa sabia há dois mil anos (…) E o problema que ela apresenta pra todos nós é que ela não permite que se diga nada de muito crítico acerca do fundamentalismo religioso. Não podemos dizer que os fundamentalistas são malucos, pois estão simplesmente praticando sua religião; não podemos sequer dizer que eles estão enganados em termos religiosos, já que o conhecimento que eles têm das Escrituras em geral é inigualável”, ele diz mais a frente.
Perceba que a palavra “crítica” aparece numa forma diabólica. Contestar é proibido, no mesmo nível que é preciso “respeitar” o time dos outros ou o gosto musical dos outros. Sim, é preciso “respeitar”, mas não a escolha de um time diferente ou o gosto e ideais diversos (quer gostemos deles ou não), e sim a “ideia” de que cada um pode escolher e fazer o que bem entender, desde que assuma todos os riscos e responsabilidades dessas escolhas. A ideia é livre – e essa liberdade é tudo pelo o qual se vale lutar e morrer, o resto é besteira.
Se não é permitido criticar textos religiosos ou fundamentos da fé; e em certos meios não é permitido criticar a escolha do time do próximo – não aconselho um palmeirense fazer isso em plena quadra da Gaviões da Fiel; ambos com risco de morte, dependendo do fanatismo do interlocutor, ou até mesmo da “moderação”; acredite, o mesmo vale pra preferências musicais, cinematográficas, teatrais, fotográficas etc.
Recentemente, por conta das críticas ao mais recente filme do Batman, fãs ameaçaram os críticos de morte. Qual a lógica desse pensamento? O que leva alguém perder tempo e descarregar seu ódio sobre uma pessoa que ele não conhece, pra defender o trabalho de outra que ele também não conhece?
Na faculdade, vestindo a fantasia do provocador barato, adorava falar que o Caetano Veloso era horrível. “Mas você já reparou nas letras dele?”, me perguntavam. “Já – então, que ele escreva um livro, porque a música continua horrível”, eu respondia, com aquele sorriso sabororso. Por duas ou três vezes quase tomei um sopapo.
Dia desses, um blogue camarada escreveu sobre o mais recente disco da Rita Lee, “Reza”. O título do post era “Vidinha de Merda”, onde ele desce o sarrafo impiedosamente na tia. Não sei a quantidade de malas que ele enfrentou por isso, mas quando retuitei o link, recebi de um fã-clube a resposta educadíssima: “Ridícula essa sua ‘análise’, véio. Enfia ela no cú. Rita Lee merece respeito. Babaca (sic)”.
Tive problemas também com insanos defensores da série “Game Of Thrones” (veja os comentários deste post); com analfabetos funcionais defensores do Band Of Horses, quando falei sobre o show da banda em São Paulo, elogiando e elogiando, até o momento que chamei as baladas de “insossas” (veja os comentários aqui); e uma série de outros exemplos.
Um dos bons exemplos recentes, é esse da Rolling Stone sobre o show de Paul McCartney em Recife (leia os comentários, se tiver estômago). Vale sempre lembrar que os fãs dos Beatles são os mais chatos seres da Terra, bem mais do que bairristas enfurecidos.
Não é um privilégio deste veículo ou daquele. Todo crítico, resenhista ou coisa que o valha vai enfrentar esses fanáticos descerebrados.
É óbvio que a lógica de gostar de uma música ou de um artista é subjetiva. O que define o fato de uma obra ser “melhor” ou “pior” que outra em termos técnicos pouca gente sabe – às vezes, nem os próprios músicos. Pode ser a estrutura, pode ser a forma envolvente que a letra casa com a harmonia, mas pode ser o momento em que o ouvinte se emocionou com essa canção. Não é a mesma emoção pra todos. E quem não se emocionou da mesma forma tem o direito de criticar, mesmo que não tenha embasamento pra isso – é só, pois, uma opinião.
Na raia dos provocadores, é divertido acompanhar a reverberação pelo Twitter do jornalista, músico e fanfarrão Régis Tadeu, quando ele fala algo contra um artista popular num programa bobo de televisão – mas de grande audiência. O jornalista retuíta tudo o que falam dele, rindo de tudo isso, como deve ser. A reação dos fãs é de tamanha indignação que não é possível sequer compreender a lógica deles – até porque a maioria não dá pra entender mesmo, já que vêm revestidas de bizarros erros de português.
Como sempre, atacam em três frentes:
1. Desqualificando o crítico: “quem é o cidadão pra falar de (inclua o nome do artista aqui)?”, ou “o que o (insira o nome do crítico aqui) já fez de bom?”, ou “se o (insira o nome do crítico aqui) é tão bom, porque ele não faz melhor?”; ou “qual o talento do (insira o nome do crítico aqui) pra falar do (insira o nome do artista aqui)?”.
2. Desqualificando o texto: “texto pobre desse (insira o nome do crítico aqui)”, ou “quanta ignorância desse (insira o nome do crítico aqui)”; ou ainda “polêmica vazia, só quer aparecer”.
3. Agredindo o crítico: “se eu pego esse (insira o nome do crítico aqui) que falou mal da (insira o nome do artista aqui)…”, ou “esse (insira o nome do crítico aqui) é um idiota que não entende nada de música e merece apanhar (morrer ou qualquer outra forma de agressão física)”, ou ainda qualquer xingamento vulgar que você possa imaginar aí no seu vocabulário.
Maurício Stycer, em seu blogue, faz uma análise bem divertida sobre um caso que envolveu fãs da Xuxa, e vai mais a fundo nos tipos de ataques. Vale ler.
O fã reage assim porque, de alguma maneira, assumiu uma verdade pra si, proveniente de sabe-se lá qual fonte, de que tal artista é bom, tem talento e, assim, qualquer coisa que ele fizer tem e deve por consequência ser boa. O ídolo é intocável. O fã se fecha nessa verdade e repudia qualquer crítica porque isso é derrubar ou macular um mito, uma projeção de perfeição de alguém que ele, de alguma maneira, gostaria de ser. E todo mundo sabe que reinventar nossas verdades não é algo fácil.
Assim, fãs de Pink Floyd, Beatles, Nirvana, Radiohead e tais se igualam na sua limitação, no seu cabresto, a fãs de Evanescence, Restart, Beyoncé, Fiuk, NX Zero, sertanejos, axezeiros, Sandy, Lady Gaga e toda essa sorte de artistas pouco respeitados pela crítica “especializada”. Os fanáticos por essas bandas supostamente repeitáveis desmerecem qualquer um que não corrobore com sua visão limitada, no que se refere à importância musical e social delas.
O fanático moderado afirmará que você não tem o direito de falar mal de um artista, porque você precisa “respeitar” o gosto dos outros. Essa afirmação, porém, é tão limitada quanto não aceitar a crítica, que, ilógica da ilógica, não é uma crítica direta ao fã nem ao artista, mas a determinado trabalho do artista. O crítico – e não tome essa palavra como um profissional que recebe grana pra analisar trabalhos alheios – tem todo o direito de destruir o trabalho do artista, se assim o achar que deve. Deve estar ciente apenas de que seus argumentos serão lidos com a mesma subjetividade, porque o embate sempre vai cair no nível do subjetivo, até mesmo quando se dá em termos técnicos.
O problema todo, portanto, é que o fã preconceituou e “intocabilizou” seu ídolo, criou pra si uma verdade absoluta. Virou crença, fé, religião.
Eis, então, que vemos fãs de música, filme, quadrinhos e afins se portando como torcedores de futebol ou fundamentalistas religiosos, prestes a chegarem a ações extremas.
Aprisionados, sem amplitude de conhecimento, a saída é não discutir, é abandonar debates e usar uma das frentes de contra-argumento dispostas acima. É assim que o fã se assume como um total idiota, no sentido literal do “sorvete na testa”. Sim, todo fã é um idiota. A torcida é pra que esses cães sigam só ladrando, sem morder – que continuem assassinando apenas a lógica.
O ser humano necessita fazer parte de grupos, para amenizar o fato de nos sentirmos sozinhos e da nossa existência ser efemera. Logo todos somos fanáticos e neuróticos , com nossos gostos e desejos ….não existem pessoas “normais´´ no mundo, tudo passa pela forma como você convive éticamente dentro do lugar onde você está .
Em Glasgow , na Escócia, o grande clássico do futebol, é entre protestantes e católicos ( Glasgow x Celtics ). Na Espanha, o Athletic Bilbao, representa ETNICAMENTE os Bascos em todo o seu orgulho .Podemos ver em muitos outros exemplos que o gosto por futebol é mais complexo do que o gosto por determinada banda ou artista.
A VIDA É COMPLEXA .
Caso fossemos realmente sair por ai matando ou agredindo fisicamente as pessoas pelos nossos gostos e paixões, a humanidade já estaria extinta.Mas não é isso o que acontece . A maioria das pessoas apenas vivem seus desejos, discutem – pois são livres para isso – tocando a vida , que como disse antes é efemera .
Sim, essas pessoas que você citou são NORMAIS. Mas eu acho que fui claro ao me referir aos que ameaçam os outros de morte, aos que matam de fato, aos que agridem – o problema pra sociedade é a forma como esses idiotas assumem o fanatismo. Não tô generalizando, ainda bem que esses são exceção. Dá pra ser flamenguista e conviver com vascaíno, palmeirense com corintiano, axezeiro e indie, sem problema nenhum – e as pessoas, até onde se vê, convivem razoavelmente numa boa. Mas nem todos. E essa minoria é um problemão, porque ela mata, ameaça, aterroriza.
Eu entendi a sua ideia no texto, apenas queria ressaltar que o termo “FANÁTICO´´ é sempre usado em tom pejorativo, como se nós todos não fossemos fanáticos por alguma coisa e não discutissemos por isso.SER FANÁTICO É NORMAL ,SIM, pois o ser humano é apaixonado por arte, ciência, família , comida,bebida, sexo etc… ACHO QUE TUDO DEVE SER DISCUTIDO , SEMPRE . Concordo que criticas tem sempre que ser rebatidas com argumentos e ideias (não com socos e pontapés) , mesmo que erradas aos ouvidos de quem escuta ,ou aos olhos de quem lê, pois tudo é muito sujetivo.
gostei do texto! {: que bom que você postou no face de novo, porque eu tinha perdido esse na semana aí.
não tenho certeza se TODOS MUNDO é fanático, como disse o Leandro ali. não que eu tenha provas irrefutáveis, mas acho a generalização perigosa.
acho perigosa porque acredito na diferença entre idolatria versus admiração; coisa que levo pra minha vida.
a idolatria envolve ceder e acatar tudo que venha daquilo que se idolatra, mesmo que isso signifique calar a discordância que se tenha eventualmente, até que se torne realmente um idiota.
a admiração tem peso crítico. pelo menos para mim, tem. consegue ver falhas e qualidades com clareza. é próxima da sensatez. sabe do que não gosta e simplesmente se afasta.
fico pensando que a violência, ou a agressão ou todas essas reações exageradas dizem muito mais respeito ao que o OUTRO FAZ do que ao que você faz. explicando melhor: o que você gosta não tem tanta importância quanto o outro gostar de outra coisa, ou simplesmente não gostar daquilo que você gosta.
afinal, aquela coisa que é tão importante para mim NÃO PODE ser irrelevante pro outro; eu parto de uma perspectiva mais individual, mas que leva à formação de grupos, tribos, chamem do que quiser.
na época da faculdade [afinal, 5 anos de psicologia não poderiam ser tããão esquecidos] eu brincava e chamava isso de “narcisismo cultural”.
nada me convence que o maior medo humano é a dúvida, ao invés da morte. mas será que somos todos tão idiotas a ponto de tudo que cremos ser posto em questão apenas por uma crítica?
isso que eu gosto de game of thrones, the national, batman e [pasme, fernando!] caetano. rs
[mas a xuxa eu dispenso]
eu discordo de uma coisa que o Leandro disse no primeiro comentário; não sei se dá pra classificar os gostos entre “mais importante/profundo” ou menos.
ele disse que o gosto por futebol é mais complexo que o por música, mas lá nos EUA a geração beat representou uma geração inteira na literatura e na música. Aqui no brasil a tropicália também representou uma galera em tempos difíceis, assim como os times que você descreveu representam etnias.
algumas religiões de origem africana representam uma parte dessa população no nosso país, especialmente no nordeste.
gosto por filosofia, futebol, música, religião, arte… acho que todos são importantes, mas me pergunto se é possível afirmar que um seja mais importante que o outro OU que sejam iguais. acho que depende do contexto.
completando uma parte que a dislexia comeu:
quando eu digo posto em questão, na verdade é mais num sentido de vir abaixo e ficar sem nada, perdido, que é o que eu imagino levar a reações exageradas rs
[…] como o “Pense Ou Dance – O Poder Do Elogio” (na faixa “abril”); o “Pense Ou Dance: O Idiota”, sobre os fãs malas (na faixa “julho”), a matéria sobre o fracasso do Rockers Noise […]
O negócio é simples: leia, pondere, se você concorda: ótima, se não: ótimo também. Se você gosta realmente do qualquer que seja o retratado da vez não acho que a opinião de uma pessoa, não importa quantas formações acadêmicas tenha, que você nunca viu na vida, não tem informações suficientes pra ser respeitada ou não, não vai mudar alguma coisa. Agora se você se dá ao trabalho de ir no blog do cara pra ficar “duelando” com ele sobre uma coisa que no final das contas não vai mudar a sua vida é porque tem algo errado no seu sistema. Belíssimo texto.
Ser fanático, especialmente se a pessoa acha q tem educação, não é normal.
Talifã existe em tudo quanto é canto, mas tem uma coisa que eu acho que é bem típica de internet brasileira: o fato de que simplesmente *mencionar* uma figura – time, músico, político ou religião – já desperta o ódio dos fãs. É como a pessoa dar uma palestra e achar a maior ofensa do mundo se alguém faz uma pergunta no final. Essa vergonha é nossa.
Eu gosto muito de tudo que você escreve e queria te agradecer por escrever textos grandes pois me obriga a ler, coisa esta que todo mundo tem preguiça hoje em dia. Enfim queria te esclarecer quanto aos fãs de Strokes que atacaram o Regis Tadeu depois da resenha de Comedown Machine. Eu não sou adolescente, mas 90% dos meus seguidores são, e todas aquelas mentions pra ele foram dos meu seguidores, eu demorei um tempo para entendê-los mas agora posso afirmar que aquilo tudo foi uma grande zoeira só isso, na verdade eles tem entre 13 e 17 anos e não estão nem ai para o que foi escrito infelizmente, eles só querem zoar e zoar, a maioria escreve errado de propósito, não que eles não tenham erros de português, mas eles escrevem errado de zoeira mesmo vai entender, eles são assim, esta é a nova geração, na verdade eles adoram uma treta no twitter e eles também já me pegaram pra Cristo uma vez, não vale a pena apelar com eles, pois é ai que eles deitam e rolam, na verdade eles não estão nem ai para as resenhas, eles só querem zoar, na verdade eles mesmos zoam Strokes o tempo todo, mas no fundo amam a banda. Como fã não adolescente de Strokes confesso que Comedown Machine foi em parte uma grande decepção, isso não significa que eu não vá comprar o álbum, porque eu vou sim e vou ouvir muito, mas ele não é nada do que esperávamos, nós os fãs de Strokes já contamos com o fim da banda há tempos, a gente sempre vai ouvir os caras apesar de tudo. Tem muita banda boa rolando por ai, muito coisa legal que merece nossa atenção, mas Strokes sempre será nossa bandinha do coração. Um abraço 🙂