Um dos grandes mantras dos tempos modernos diz que “toda informação está aí pra quem quiser”, basta saber procurar, basta querer, é só ir atrás. E é de graça. Quem bate no peito com orgulho de viver nessa era talvez não faça ideia do quanto custa essa informação gratuita – ou o trabalho que dá pra chegar ao leitor do jeito que ela chega.
Se é caro pra grandes corporações de mídia, com milhares de funcionários na folha de pagamento, é proporcionalmente caro pra sites e blogues minúsculos. A informação que chega a todo mundo de graça tem um custo – ou valor, como preferir. E não é pouco.
Enquanto grandes jornais e revistas, pela credibilidade ou pela estrutura, conseguem angariar fundos que compensem a gratuidade (seja em publicidade, seja cobrando pelo acesso), sites e blogues minúsculos precisam sobreviver de outra maneira. Blogueiros de áreas específicas (maquiagem, carros, viagem, moda etc.), dependendo da construção da imagem, conseguem viver disso, menos como “jornalistas”, mais como “influenciadores”, termo que o mercado publicitário arrumou pra propagar seus produtos com uma carga de isenção.
As marcas usam esses “influenciadores”, pagando milhares de reais por posts ou vídeos no YouTube pra que esses eles falem bem de seus produtos. Do outro lado, os fãs (na maioria das vezes não são leitores, são fãs) abraçam a ideia. É propaganda mais eficiente e barata.
No meio musical brasileiro, não há essa figura do “influenciador”. Há bastante gente com credibilidade escrevendo, mas não há grana. Se não há grana pros artistas e se o dinheiro parece rarear cada vez mais até mesmo pras gravadoras, por que haveria de existir pra quem escreve sobre música?
O reflexo é que, passado o boom dos blogues sobre música da metade final da primeira década do século, sobraram poucos que seguem na toada, teclando, pesquisando, publicando. A maioria entrou nessa pra conseguir ingresso de graça pros shows que queria, ganhou um CD ou outro, foi a uma festa ou outra, e deixou de existir.
Alguns ainda surgem. Mas agora os que, como o Floga-se, completam ou estão perto de completar dez anos de existência, são raridade.
Manter um site demanda tempo, disposição e grana (tempo é dinheiro, ok, mas me refiro a pagar servidor relativamente bom, com banco de dados, pagar ingresso pros shows, transporte pra eventos, shows, entrevistas etc.).
Por que, então, se não há grana, se não se ganha um tostão, essas pessoas continuam escrevendo – e fazendo um “jornalismo” que a grande mídia se recusa a fazer?
João Pedro Ramos, do Crush Em Hi-Fi (acesse o site aqui), espaço que surgiu em janeiro de 2015, tem sua motivação: “agosto de fuçar em bandas, desvendar samples, descobrir curiosidades, fazer listas… E o fator mais importante: dar visibilidade, ou tentar, a bandas independentes de todo o mundo. Acho que é isso. É uma das coisas que eu mais gosto de fazer hoje em dia. Aí, se desse grana… imagina só? Poder me dedicar ainda mais? Seria lindo”.
Já são mais de cem entrevistas com bandas brasileiras e gringas, atualizações quase diárias, com dedicação de até duas horas por dia. “Cheguei a ter colunistas e procurar mais gente pra ajudar fazendo uma coluninha semanal, mas é difícil encontrar quem goste de música o suficiente pra escrever sobre o assunto sem ganhar um tostão, e entregar textos semanalmente…”, diz.
O Crush tem hoje até cinco pessoas colaborando. É uma pequena redação. Quanto custaria manter essas cabeças pensando e se dedicando apenas a um veículo? Pergunte ao senhor Civita. Ou aos Marinhos. Não é barato. Mas essa turma faz de graça. A informação que você lê hoje em dia na “era da informação gratuita” chega de graça porque esse pessoal se dedica a isso sem ganhar um puto.
Amanda e Vina, o casal por trás do também novo e espetacular Sounds Like Us (vá ao site clicando aqui), site que começou em 2015 e faz entrevistas incríveis com bandas gringas e brasileiras, também escrevem pelo prazer de falar sobre música.
“Música é como um motor de vida pra mim, e falar ou escrever dela é uma maneira de tentar expressar os sentimentos e as iluminações que ela desperta. Eu me inspiro muito mais se sei que tenho total liberdade editorial pra escolher as bandas e zero cobrança de periodicidade, e essas características não seriam viáveis em um trabalho remunerado”, diz Amanda.
“A principal motivação é que eu respiro música mesmo. Parece cliché, mas é real. Tem vezes, não raras, que acordo na madrugada pra anotar algumas ideias, ou mesmo logo cedo… Eu tenho necessidade mesmo, quase que vital, de escrever sobre música. Vamos dizer, acho que na real eu preciso mais da música do que eu preciso de dinheiro”, resume Vina.
Nenhum dos dois considera o Sounds Like Us uma ferramenta pra ganhar dinheiro. De acordo com Amanda, “existe valoração financeira e valoração pessoal. O Sounds é pra valoração pessoal, independente, sem gente bancando a não ser nós dois. É um misto de sonho realizado com sonho em construção”.
Vina, que também toca na Huey, resume sua motivação de manter o site: “a motivação em escrever é mesmo a de dividir com as pessoas. É engraçado, essa energia em escrever é a mesma em ouvir ou tocar música. Se for buscar lá no fundo, e da forma que eu prefiro escrever, é como uma conversa sobre música. E eu tenho necessidade de conversar sobre música e com o tempo descobri que também tenho necessidade em escrever sobre”.
Há quem esteja no limite entre continuar e parar. Não dá pra julgar. As contas chegam, você precisa bater ponto em algum emprego e sobra bem pouco tempo pra manter um site. Numa época em que a informação é rápida o suficiente pra deixar ultrapassado o que era notícia hoje de manhã, essas horas são cruciais. O leitor vai buscar tal informação em outro lugar. É um período de urgências.
A solução do Floga-se e de todos os sites que se pronunciaram aqui neste artigo é cada vez mais dar opinião e fazer matérias especiais, exclusivas.
Fábio Bridges, do irretocável Pequenos Clássicos Perdidos (acesse aqui), desde 2007 na ativa, é um dos que precisa batalhar pra encontrar brechas pra atualizar o site, mas sempre o faz com suas opiniões e rápidas resenhas de – como o nome diz – clássicos (nem sempre “perdidos”, é verdade): “a falta de tempo pra ler e ouvir com calma acaba me desanimando, se é pra copiar release melhor não fazer, por isso tem rolado cada vez menos lançamentos; não dá pra pegar, sei lá, o disco novo do Nick Cave, ouvir uma vez, copiar o review do Guardian e pronto, isso é desonesto com quem lê”.
Pra ele, o PCP é “uma exposição do que eu penso sobre a música, uma mistura de ‘olhem aqui’ com ‘ei, vocês estão me ouvindo?’, ao mesmo tempo que entra um ego enorme e sessão de terapia (ri), ocupar o espaço deixado por publicações musicais que praticamente não existem no Brasil”.
“Pretendo continuar com o blogue pra sempre (risos histéricos) e não, não me imagino sem o PCP. ele pode até respirar por aparelhos, mas não vai morrer”, sublinha.
Mas não é algo com que se possa contar pra todas as publicações que a gente acompanha hoje em dia, infelizmente. Um dos sites preferidos aqui da casa, o Na Mira Do Groove (corra pra lá clicando aqui), no ar desde 2010, corre sérios riscos, por conta das necessidades cotidianas do seu criados e editor, Tiago Ferreira.
“Chateia um pouco esse lance de não ser remunerado, mas não posso negar os outros ganhos que o site me deu. Por exemplo, trabalho hoje num portal de notícias por causa do site. Meu antigo editor me contratou pelo que escrevia no Na Mira. Além do mais, tem os amigos que você faz nesse percurso. Mas, acima de tudo isso, existe um prazer, sim, em escrever. E esse prazer é retribuído a partir do momento que você vê que tem gente, sim, dedicado a ler o que você escreve. Esse é o fator de relevância que você constrói, que nenhum algoritmo de Google ou Facebook pode mensurar”, diz.
É possível mudar de patamar e ganhar uma grana com o Na Mira? “Muitas vezes me perguntei se poderia fazer do Na Mira algo como um portal. Já pensei em fixar em nichos. Mas, por exemplo, ficaria muito feliz se pudesse migrar pelo menos algumas colunas, como ‘Groovin’ Jazz’, onde seleciono dez discos de jazz mensalmente, ou até ‘Grandes Álbuns’, onde falo sobre algum clássico esquisito, pra outras plataformas. O site como um todo tem seus defeitos. O maior deles é sair atirando pra todos os lados. Pensando mercadologicamente, isso o torna menos viável. Mais pra frente, é possível que pense numa nova estrutura editorial, mas respeitando o curto legado que construí. Falando em valores, mesmo, seria algo a mais do que ganho hoje. Porque penso em exercer mais uma função de editor, daí teria que pensar em contratar equipe, organizar editorialmente, pautar e tudo o mais. Pro site ser comercialmente viável, teria que pensar em edital, talvez obter fundos da Rouanet. Embora tenha muitos pontos polêmicos, não acho que o Na Mira seria algo ‘fora’ do que o MinC propõe subsidiar”.
Flavio Testa, do 505Indie, na ativa desde 2011 (acesse clicando aqui), é outro que tenta monetizar seu site. Ele já ganhou uma grana com publieditorial ou banner, mas hoje em dia não consegue nem cobrir os custos do site – quanto mais pagar o tempo dele como profissional, ou dos seis colaboradores que tem espalhado pelo Brasil (um em Porto Alegre, outro em Fortaleza, dois em São Paulo, um em Bauru e outro em Viçosa).
“Sempre gostei de escrever, apesar de não ter formação em jornalismo. Já escrevi conto, letra pra banda que já morreu, em Londrina. Escrevo pela música. A necessidade de falar e estruturar o pensamento melhor do que em uma mesa de bar. Funciona como terapia sempre. Quando estou mais tranquilo profissionalmente eu consigo fazer muita coisa pelo blogue, quando não dá… Não dá. O que mais me desgasta é o peso de organizar e administrar o site e as pessoas que colaboram. O ideal seria só escrever. E acho importante escrever pra alguém, mesmo que ninguém leia, a ‘terapia’ não funcionaria se fosse num caderno só pra mim. Precisa ter uma finalidade prática e um sentido de comunicação”, diz.
“Eu gostaria de ter um faturamento que sustentasse essa pequena redação. Mas não se paga nem pra mim… Não paga os custos de infraestrutura, imagine o intelectual”, e esse é o grande problema dos blogues pequenos: há mão de obra, há um mínimo de interesse por parte dos leitores, mas não há saída pra monetizar ao mesmo tempo em que se mantém a independência, que é, afinal de contas, o básico pra se manter qualquer credibilidade construída.
É difícil pra esses jornalistas, escritores, amantes da música amadores pra montar um plano de ação que leve a um mínimo de perspectiva pra monetizar. E se houvesse por onde, seria preciso, além de um bom planejamento, muita criatividade, porque as opções nessa área são curtas, como apontou Testa: plublieditoriais, banners… o que mais?
Há sites que apelam pra promoção de festas como forma de levantar algum dinheiro, o que invariavelmente leva ao fim do próprio site.
Por outro lado, ainda não se achou a fórmula mágica pra, em primeiro lugar, mensurar “quanto vale o clique”, levando em consideração tempo dedicado à publicação, estrutura e equipe, e depois, na sequência, determinar uma maneira de suprir esses custos. O que é certo é que, apesar da informação estar chegando de graça ao público, ela não é gratuita. Tem um custo envolvido.
Tiago Ferreira tateia uma saída: “acho que a melhor forma de viabilizar conteúdo digital é com publicidade e conteúdo patrocinado, que cresce cada vez mais. Já cheguei a fazer um ou outro no Na Mira. Pra isso é preciso ter uma estratégia: pensar em bombar o site inicialmente e projetar um crescimento em médio prazo. Chegando a essas expectativas, parte-se prum lado mais ‘comercial da coisa’, e é aí que se começa a pensar em trazer alguém dessa área que entre em contato com os canais certos pra investir no site e torná-lo viável. Conteúdo pago é um tiro no pé, ainda mais quando o site não é assim tão conhecido. Acho que o lance da ‘informação gratuita’ é algo natural. Me beneficiei disso e não acho que restringi-lo seja certo. No fundo, é o site que tem que se sentir honrado se alguém lê uma notícia dele, e não o usuário deve pagar pra acessá-lo. Porque ele pode frustrar expectativas muito mais rapidamente. Acho que é possível, sim, pensar numa estratégia cabível a médio prazo, e lutar pra chegar a essas metas. E não é o cara que tá lendo que deve pagar o ônus por isso”.
João Vitor Medeiros, um dos criadores do coletivo-de-blogues Catárticos (veja aqui), em 2013, parou com o seu blogue ali dentro, o Depredar.
Na publicação, ele já entrevistou gente como Bjork, Chris Geddes (tecladista do Belle & Sebastian), Thurston Moore, Violent Femmes, Bryce Dessner (The National) e David Lovering (Pixies). O site tá parado desde julho de 2015.
Por que parou? “Poderia dizer que foi falta de tempo, o que rolou mesmo, sendo que escrever toma um tanto e cuidar do site em si mais outro tanto, mas quando rola o tesão a gente sempre dá um jeito de arrumar tempo, né? É uma coisa que de tempos em tempos eu paro pra analisar o porquê, mas realmente o tesão se perdeu um pouco pra mim nos últimos tempos. Não ganhar dinheiro acho que é um dos motivos, sim. Acho que pra todo mundo que ama música e não tem o talento musical em si, escrever é o mais próximo que dá pra se chegar de ‘viver de música’, pelo menos em teoria. Porque pelo site em si eu nunca ganhei nada, e mesmo escrevendo pra veículos grandes e fazendo matérias sobre bandas grandes, o máximo que pagaram – o MÁXIMO – foi R$ 400,00. Então quem consegue se dedicar a isso por muito tempo? Uma hora ou outra a vida de verdade – contas, responsabilidades etc. – acaba batendo à porta”.
Ele é bem mais realista (pessimista?) com relação a encontrar uma saída pra a relação trabalho-remuneração. Não sabe se o retorno é possível: “não acho nem que é questão de valer a pena, é questão que não tem mesmo jeito. Não sei qual seria o montante específico (pra manter o site e seu trabalho). Seria legal poder se dedicar ao site ou a escrever, se desse pra pagar aluguel e comer, basicamente. Não queria muito mais que isso”. Só que nem isso é possível.
É por esse motivo que muitos dos sites que você acompanhava, sei lá, dois, três, quatro anos atrás, hoje estão mortos ou devagar-quase-parando. Exemplos não faltam: Fita Bruta, Lizt, Atividade FM, Matéria, Untitled, Rock ‘n’ Beats etc. É caro manter gratuita essa informação que todo mundo pega por aí.
Tiago Ferreira percebe também essa crise geral na blogosfera musical brasileira: “e é uma crise grave, porque a criatividade foi a mais afetada nisso. Antigamente, era fácil enumerar vários blogues de qualidade – hoje em dia, o ritmo diminuiu. Não culpo os mantenedores dos blogues, mas culpo a dificuldade de se estabelecer um modo de sobrevivência que os mantenha ativos. Por exemplo, veja os blogues de maquiagem: eles bombam, porque existe um nicho de mercado que é favorecido por esses blogues. Acho que blogueiros musicais deveriam se reunir e repensar esse modelo que nos mantém com sobrevida. Existem meios da indústria cultural pra manter-nos: por exemplo, atualmente os serviços de streaming poderiam ser beneficiados com isso. Apple Music, Deezer e Spotify têm alta verba, e eles podem ganhar no sentido de que a cada banda que falo, coloco o streaming pela plataforma deles. E isso deveria isentá-lo de qualquer compromisso: por exemplo, artigos que falam sobre repensar esse modelo. Alguns blogueiros têm medo de perder regalias insignificantes, como ir a um show de graça por exemplo. E o mercado já entendeu que funciona dessa maneira, tanto que se eu tiver patrocínio de um Spotify, por exemplo, e questionar o modelo de streaming muito provavelmente eles devam querer ‘cortar relações’ por conta disso. Nossa cultura é conivente com esse tipo de prática, por isso muitos sites de qualidade acabam desistindo, porque chega uma hora que não dá mais pra ficar dando murro em ponta de faca. Acho que o jornalismo precisa ceder em alguns lados para sobreviver. Infelizmente é assim. Mas acho que certos sacrifícios são válidos quando se para pra pensar nos enormes benefícios que se pode ter”.
Pra João Vitor Medeiros, o buraco é mais embaixo ainda: é questão de se perguntar se há futuro pra esse tipo de publicação. “Pra sites e blogues independentes, como ‘categoria’, sim, eu vejo futuro. Sempre vai ter alguém que dá um jeito, né? Mas pros que estão aí ainda lutando, acho que não. Mas importa? Acho que o presente deles é bem mais importante que o futuro. A própria ‘mídia tradicional’ não tem dado conta com os seguidos ‘passaralhos’, perda de anunciantes, diminuição de cadernos etc. É um problema geral, não? Vamos cair naquela velha questão de sempre: tem gente que quer esse produto ainda? Qualquer texto de mais de dois parágrafos hoje é chamado de ‘textão’, qualquer coisa com mais de cento e quarenta caracteres as pessoas favoritam pra ler depois e esquecem – se é um assunto minimamente do interesse -, qualquer coisa que não seja lista não roda. Sei lá, o problema é da mídia independente ou da mídia?”.
Já pra João Pedro Ramos, do Crush, há esperança e ela está justamente na independência que esses blogues e sites assumem. Essa poderia ser uma moeda de troca, já que gera credibilidade: “existem muitos sites, o Floga-se, o Crush, o Hits Perdidos, o Guitar Talks, o Cansei do Mainstream, o Ouvindo Antes de Morrer, o Música de Menina (que já parou), o Pequenos Clássicos Perdidos, o Vi Shows e tantos outros são o que temos hoje em dia em se tratando de meio de comunicação sobre bandas independentes e bandas fora do circuito mainstream. A gente faz, guardadas as devidas proporções, algo que os fanzines faziam nos bons tempos. Estamos falando e propagando a mensagem de bandas que são ótimas e, por enquanto, não vão sair no UOL ou na Folha. Ainda mais agora, que a MTV Brasil como era morreu”.
No fundo, é a vontade e só a vontade, a paixão, o tesão é que segura esses sites no ar, apesar do custo de tempo e dinheiro pra mantê-los ativos. Ninguém tem certeza do futuro. Pode ser que os blogues e sites continuem surgindo (bandas e artistas subterrâneos surgem às toneladas todos os meses, a Internet patrocinou essa facilidade e essa explosão, assunto não falta), mas qual será aquele que você vai acompanhar, como a minha geração acompanhou a Bizz ou a dos anos 1990 acompanhou o Lado B, de Fabio Massari, o Garagem de Barcinski? Qual será o filtro preferido do leitor mais sedento, diante de tanta produção?
Os sites pequenos cumprem esse papel. Estimulam a existência de uma lógica mínima estrutural – não basta só fazer a música e jogá-la na Internet, é preciso também fazê-la circular; e pra fazer essa obrar circular é preciso noticiar, fazer as pessoas saberem que ela existe.
O problema é que esses sites custam dinheiro pra quem faz. Custam em grana e tempo. Quanto vale, pra você, o clique em seu artigo preferido?
Hoje, por coincidência, o trabalho não me deixou tempo de postar uma das entrevistas que tenho na ponta da agulha lá no blog. Eu sei que posso postar amanhã, mas dá uma sensação ruim de ter que adiar algo que eu gosto tanto…
Enfim. Vamos em frente. Fight the power.