PLANETA TERRA 2011 – COMO FOI

Sinal dos tempos. Um festival de música onde as pessoas vão menos pra ver do que pra serem vistas ou notadas, ou seguidas ou algo do tipo. O Planeta Terra Festival 2011, mais do que qualquer edição, foi o Planeta Terra do Twitter, do Facebook, do Instagram. Os show era um detalhe importante, mas ainda assim um detalhe.

Pior: a escalação se mostrou infeliz. Não era um festival de música, mas um show do Strokes, com um bocado de outras bandas abrindo. Havia uma minoria sábia que até aproveitou Broken Social Scene, Goldfrapp, Toro Y Moi, Beady Eye, Interpol e tals, mas 99% queria mesmo era ver o Strokes.

Que mal há nisso, afinal? Difícil dizer sem uma pesquisa embasada, mas tá lá no Twitter, pra ver, quem se der o trabalho de procurar. O Planeta Terra se esforçou mais uma vez, se mostrando o festival mais bem organizado do Brasil, o mais antenado com as “novas tendências”, mas seu sucesso se valeu, contraditoriamente, de uma banda que teve um estalo de talento dez anos atrás e se manteve com uma pá de boas canções na sua carreira de altos e baixos. O Strokes deu status de “grande” ao festival. O resto era resto pras mais de vinte mil pessoas presentes.

Os ingressos esgotados em quatorze horas já indicavam tal aproximação com o popular. Essa juventude idiotizada, cega pro entorno, sedenta apenas pelo Strokes, o retrato dos indies festivos, alimentada à base de toddynho e nutella, até saiu satisfeita: a banda fez sua parte com louvor.

Mas antes disso, alguns shows mereciam atenção dobrada, com recompensa garantida. O Criolo foi o esperado: uma apresentação pálida, com discurso vazio. A todo instante, o artista pedia literalmente, com todas as palavras, permissão pra estar ali, desculpas, licença pra tocar. Insegurança ou falsa modéstia?

A má sorte do Criolo é que na sequência, no Mains Stage, entrou a Nação Zumbi. Um exemplo – junto com o “Selvagem?”, do Paralamas – de como inserir “brasilidade” na música pop internacional, sem padecer daque auto culpa que muitos artistas classe média sofrem. A guitarra rasgante de Lúcio Maia e as letras simples e contundentes, com a cozinha demente por trás, impressionam muito mais ao vivo. Cheio de distorções e com um setlist inspirado (com exceção da dispensável releitura de “Umbabarauma”), deixaram os recifenses com o título de melhor show do dia. Fácil. Disparado.

Esse maracatu pesa realmente uma tonelada.

Nação Zumbi setlist:

01. Bossa Nostra
02. Banditismo Por Uma Questão De Classe
03. Infeste
04. Meu Maracatu Pesa Uma Tonelada
05. Manguetown
06. Hoje, Amanhã e Depois
07. Blunt Of Judah
08. Maracatu Atômico
09. Quando A Maré Encher
10. Côco Dub / Será / Bringa / O Cidadão Do Mundo
11. Da Lama Ao Caos
12. Umbabarauma (Jorge Ben cover)
13. Da Lama Ao Caos

“Coco Dub + Bringa + O Cidadão Do Mundo”:

No outro palco, um risco. O The Name com sua new wave sem graça, um sub-Rapture vergonhoso, me deu tonteira. Mas umas trezentas pessoas gostaram. Talvez os psicotrópicos tenham contribuído: o pessoal pulava e cantava junto. Incompreensível.

Tentei dar uma chance também pro Garota Suecas, mas com essa turma bastaram dois minutos pra sentir vergonha alheia. Foi chegar ao Indie Stage e sair em seguida. Insuportável, torturante. Ae, ditadores desse mundão: pra torturar desafetos, taí a dica.

De volta ao Main Stage, mais tortura. Dessa vez, importada. White Lies. Como definir tamanho assombro? Sub-Muse? Sub-Interpol? Sub-lixo? Hora ideal pra enfrentar as (insistentes) filas pra comer, ou até mesmo pra tirar um cochilo. O tempo morno, em torno de 26, 27ºC contribuiu. Lua maravilhosa, noite agradável. Dava pra dormir.

Na sequência, tinha o Indie Stage o Toro Y Moi e seu pop de motel. Outra ruindade de dar dó. Ao vivo, a banda ainda teve a contribuição da organização, que estragou seu som, a ponto do show ser interrompido brevemente. Um hype inexplicável – a não ser que você for publicitário ou coisa que o valha. Uma boa dica pra banda é caracterizar o cenário de seus shows com abajures cor-de-rosa e espelhos no teto. Motel barato de beira de estrada total.

Aí, Broken Social Scene. Confesso que gosto da banda. Eu e um bocado de indies. Talvez seja o grupo que mais elevava a credibilidade deste Planeta Terra. Uma banda de responsa, mas insossa em cima do palco. Era música de fundo pra mais tuitadas, fotos, conversas animadas, e um bom motivo pra encarar algum daqueles brinquedos do Playcenter. Decepcionante.

O Interpol entrou no Main Stage por volta das dez da noite, pra começar a fazer valer a pena o esforço todo até aqui. Os pés doendo e tals, porém havia uma enorme quantidade de esperança guardada pro Interpol. É, mas lugar errado, público errado. O cansaço aparentemente deixava as pessoas mais ansiosas e impacientes pelo Strokes, intolerantes pra esses coadjuvantes.

Mas o Interpol deu de ombros e foi profissa. Havia, claro, muitos fãs da banda e em vários momentos, da mesa de som pra frente, a explosão de emoção foi grande. Em “Evil” o coro pôde ser ouvido de longe. Mas a banda é pra lugares fechados, mais comedidos.

“Slow Hands” ficou ecoando na minha cabeça por toda a noite. Mesmo depois da overdose de Strokes. O que quer dizer que foi sim um show memorável.

Esqueça o argumento de que o Interpol é blasé demais, que não se comunica e que veste aquele estilo inglês de distanciamento da plateia. Isso não conta. Aliás, é um dos trunfos além-música que a banda tem. Pergunte aos fãs: eles concordarão com a cabeça, sem dar um pio.

O Interpol, é bom lembrar, tem a mesma idade do Strokes e talvez merecesse tanta atenção quanto. Seu show é forte e consistente. As falhas: não tocar “NYC” e “No I In Threesome”. Mas o setlist não foi desastroso. Quem esqueceu da atração principal e prestou atenção recebeu um show decentíssimo.

Interpol setlist

01. Success
02. Say Hello To The Angels
03. Narc
04. Hands Away
05. Barricade
06. C’mere
07. The New
08. Evil
09. Length Of Love
10. Lights
11. The Heinrich Maneuver
12. Take You On A Cruise
13. Slow Hands
14. Not Even Jail
15. Obstacle 1

“Narc”

“Evil”

Allison Goldfrapp é uma figura daquelas. Um Madonna cheia de ácido (“cheia” é exagero… vamos lá, talvez com “algum” ácido) pros novos tempos. Sua roupa esvoaçante, alegoricamente fazendo par com seus cabelos loiros encaracolados, já davam uma boa pinta. E o show foi bom, embora deslocado do contexto.

O que incomoda é que Goldfrapp simplesmente ignora seu melhor disco, “Felt Mountain”, de 2000. É compreensível, já que soturno como é, estragaria e esvaziaria a pista de dança que seus shows viram. “Ooh La La”, que já virou até comercial de TV, é o retrato disso. Publicitários adoram, até porque é uma música acéfala, lustrosa, brilhante, cheia de purpurina. Ideal pra vitrines.

Setlist Goldfrapp

01. Crystalline Green
02. You Never Know
03. Number 1
04. Happiness
05. Believer
06. Satin Chic
07. Rocket
08. Shiny And Warm
09. Train
10. Ride A White Horse
11. Ooh La La
12. Strict Machine

Pobre Liam. Seu Beady Eye fracassou miseravelmente na tentativa de escapar da comparação com Noel e com seu Oasis. Se em disco, a banda já sofria com a concorrência injusta com o álbum de estreia de Noel Gallagher, ao vivo a sensação se agravou.

O Beady Eye foi tímido, apesar dos esforços de Liam. Mas é evidente como essas canções sofrem a falta de tesão. Aí, não tem jeito. “Four Letter Word” foi uma abertura ousada, pra tentar ganhar o público de primeira. Não funcionou. Havia uma boa parte se esgoelando na grade, mas a maioria esmagadora estava mesmo a tuitar, procurando se fazer vista.

Nem mesmo “The Beat Goes On”, uma das melhores músicas deste ano, ideal pra grandes festivais, pra todo mundo cantar de mãos dadas, em uníssono, isqueiros acesos, funcionou… Aliás, ela foi o retrato do fracasso do Beady Eye. Deu saudades do Oasis.

Pena.

Beady Eye setlist

01. Four Letter Word
02. Beatles And Stones
03. Millionaire
04. Three Ring Circus
05. The Roller
06. Bring The Light
07. Standing On The Edge Of The Noise
08. Kill For A Dream
09. The Beat Goes On
10. Man Of Misery
11. The Morning Son
12. Wigwam

“Four Letter Word”:

“Millionaire”:

O Bombay Bicycle Club foi dispensado por mim. Aparentemente foi uma das decisões mais sensatas do dia. Recomendo ler o que o Barcinski escreveu sobre (a visão do Mastodon é perfeita e teria valido todas as edições do Planeta Terra até aqui).

E o Strokes? Você provavelmente já terá lido que foi um showzaço, arrebatador, “mas que o de 2005 foi melhor”. De fato, o de 2005 foi incomparável, mas esse não foi um “showzaço”, longe disso. O lance é que o Strokes tem tantos hits, mas tantos hits, e a ansiedade dos indies festivos por essa apresentação era tanta, que se torna impossível obter outro resultado.

Nem mesmo se Casablancas e companhia tocassem só músicas do mais recente e desastroso disco, o “Angles”, ou mesmo coveres do Nelson Ned, nem assim a audiência, em cascatas de baba gosmenta, com um suculento sorvete na testa, mudaria sua opinião.

Melhor não arriscar. Então, tome clássicos do primeiro álbum, “Is This It”. O coro foi intenso. Uma pena que a primeira música do “Room Of Fire”, o segundo disco, só tenha aparecido lá na metade do show.

O que agradou mais, porém, foi ver o quanto a banda se divertiu em cima do palco. Todos tocavam sorrindo. O Strokes, pra alegria dos indies festivos, não vai acabar tão cedo. Ontem, foi só um esboço do que são capazes, mas em disco. O Strokes em disco funciona bem melhor. Ao vivo, é diversão pra carnavalescos indies (ainda pagando a última parcela do carnaval em Salvador, certo?) e pra própria banda. Não é memorável (ou, por outra, foi em 2005, mas a banda estava realmente no auge).

Tirando a memória afetiva ou a cegueira festiva sobrou muito pouco dessa apresentação. O Strokes, porém, deve ter feito o “show da vida” pra um bocado de gente. Ok, quando se tem até 20 anos, a base de comparação é pequena, e aí fica fácil. Vamos ver qual o residual disso.

Strokes setlist

01. New York City Cops
02. Heart In A Cage
03. Machu Picchu
04. The Modern Age
05. You Only Live Once
06. Under Cover Of Darkness
07. Is This It
08. Someday
09. You’re So Right
10. 12:51
11. Reptilia
12. Alone, Together
13. Gratisfaction
14. Automatic Stop
15. Juicebox
16. Last Nite

BIS
17. Under Control
18. Hard To Explain
19. Take It Or Leave It

“New York City Cops”:

“The Modern Age” e “You Only Live Once”:

Take It Or Leave It

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Comentários

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26 comentários

  1. Talvez Beady Eye tenha mais sorte no Circo Voador, mas a julgar por eles no Terra foi lamentável demais!

    O começo me fez achar que o show seria muito bom mas empolgação inicial foi só para iludir!
    A banda não funcionou nada bem ali com público em sua grande maioria composta por fãs de Strokes esperando por Julian, e uns viúvos do Oasis!
    Me deu vergonha alheia o show todo, mas principalmente, antes da música Wigwam o Liam foi até o pé do ouvido de todos integrantes dizer algo que só pode ter sido: “essa é a última, abortemos Sons Of The Stage (que é SEMPRE a música que fecha os shows da banda) pois a coisa tá feia aqui!”

    O show do Beady Eye conseguiu ser mais curto do que da banda anterior (Interpol), isso diz tudo!

    obs: sinto falta do Indie Stage ser em local fechado como era em suas 2 primeiras edições, muitas bandas funcionariam melhor e o público também teria uma opção diferente!

  2. Eu sou um velhinho encarquilhado e quase não vou a shows mais. Mas a Pri ganhou um ingresso pra gente ir ver o Pearl Jam e a gente foi. Fez falta um sofá, ar condicionado e drinks com salgadinhos, mas o show foi sensacional. Eu achei melhor que o de 2006, a Pri não. O fato é que os Strokes têm muito feijao com arroz pela frente pra fazer shows tão legais quanto os do Pearl Jam.

    E olha que na verdade eu praticamente não gosto de Pearl Jam. Tem cerca de 6 músicas que gosto muito e as demais confundo umas com as outras. Mas os shows são muito memoráveis.

  3. E qual é o problema de ser fã de uma banda com milhares de hits? Eu não entendo essa raiva toda contra as bandas ditas ‘indie’ que acabam estourando. É como se baixasse um Dado Dollabela e essa gente saísse por aí gritando a plenos pulmões: “TRAIU O MOVIMENTOOOOOOO! TRAIU O MOVIMENTOOOOOOO”. Foda-se o movimento. E outra, são vcs, críticos, que classificam o Strokes como indie. O próprio Julian vive dizendo que eles fazem música pop.
    Pra mim, essas pessoas que reclamam que os Strokes não presta mais faz 10 anos são tão chatas quanto os fãs que vc citou nessa resenha. São comentários totalmente desnecessários e vc acabou cometendo o mesmo ‘erro’ que tanto criticou na resenha, ao se preocupar mais em detonar os que foram apenas para ver Strokes, do que falar sobre os shows em si. Milhões de blogs, milhões de críticos e ninguém ainda percebeu que não se deve falar de fã? Por favor…

  4. Não… não foi esse sentido que eu quis dar, mas o de que sempre dá encrenca quando se fala de fã. Fale das bandas, das músicas… aí sim estará fazendo o seu trabalho. Pra que falar de fã?

  5. Porque eles fazem parte da equação, ué. Fã é parte importante na balança. Além do quê, eu falo, sim das músicas, do show propriamente. O caso é que esse show do Strokes há pouco o que falar. O que é estranho é que se eu só tivesse elogiado (e de fato eu até elogiei), não haveria problema, eu poderia falar de fã, não falar de música, falar da mãe do Casablancas, o que for. Mas se eu falar mal, criticar, descer o sarrafo, os fãs se irritam, vai entender. O que ocorre é que fã não gosta de ser contrariado. Por pior que a banda se apresente, eles sempre vão dar um jeito de excluir as negatividades e ver só os pontos positivos. Fã é cego.

  6. Achei o show do Criolo bom, mas é meio contraditório aquele discurso todo, o que não desmerece o show. Dos shows que eu vi, também considerei o Nação Zumbi o melhor – mas meus colegas cariocas hipsters da cena alternativa da cidade elogiaram muito o diferentíssimo show do Gang Gang Dance que só vi 20 minutos por causa do Interpol.

    Outra coisa que eu concordo muito. O show do White Lies foi triste. O telão mostrou uma tomada da grua com a cara do público nas primeiras filas e a cara de velório estava estampada. As músicas foram bem tocadas, especialmente o baixo estava legal, mas o som sub-Killers e a tentativa de imitar Joy Division com uma presença de palco ridícula mataram o show.

    Onde eu começo discordar é no Toro y Moi. Vi alguma coisa e achei competentíssimo – aliás, fico feliz de ver o chillwave dele também sendo hypado e dando um pouco de novidade como referência pro público mais antenado. O erro foi trocar esse show pra ver o Broken Social, mas vi as minhas faixas favoritas dos canadenes e deu pra sentir que eles estavam completamente burocráticos, o que não deveria ser a deles, e a mixagem estava péssima – os vocais sumiram. Show decepcionante. Mas na Terça eles terão uma segunda chance, e o Circo Voador opera milagres. Sem falar que eles serão as estrelas aqui no Rio com show completo.

    Interpol, certeiro. Fábrica de hits, e sendo eles coadjuvantes num festival, impossível fazer um set sem deixar de fora alguma faixa que merecia estar ali. A linha entre o bom show do Interpol e a apatia ridícula do White Lies é tênue, bom lembrar. Só achei que fecharam com Obstacle 1 com o baixo alto demais, ainda assim do Pajo segura a onda de substituir o Carlos D muito bem.

    Vi bem menos do que gostaria do Goldfrapp por causa do cansaço, mas ao vivo parece 10 vezes melhor do que em estúdio. Um dos melhores shows do festival. Beady Eye é a banda do Liam, ele se esforça, mas isso só não é o bastante pra uma banda que nasceu mais velha que o Oasis. E… o Andy Bell sendo figurante aí é um dos maiores desperdícios.

    A julgar pelas ironias rasas do Barcinski com o palco sunset no Rock in Rio, não me surpreende a má vontade dele com o Bombay Bicycle Club. Tremenda injustiça. Recomendo reavaliar.

    Strokes né… jogo ganho. Cumpriram tabela, por assim dizer.

  7. É que fica muito difícil agradar aos críticos, viu. Pelo que me lembro, o Strokes nunca fez show do tipo U2/Bono Vox/circo. Sempre foi essa coisa de poucas palavras e dá-lhe música. Musicalmente falando, achei o show muito bom. A voz do Julian (que muitos vinham reclamando) estava perfeita. E a platéia, bem, esta não parou um minuto e acho que isso é o que realmente importa. Se o público, em sua esmagadora maioria, cantou até ficar sem voz e não parou de pular um minuto, significa que o trabalho foi feito com excelência. Afinal, esse é o propósito de um show, não? Divertir a plateia…

  8. Caramba, quer dizer q os fãs dos strokes são carnavalescos, sorvete na testa, babões gosmentos.. q raiva é essa, meu caro? Curto o blog, mas estes textinhos pseudo-intelectuais às vezes enchem o saco… Sr. Fernando, apenas relaxe cara. Se strokes é pop ou não, se pessoas diferentes de vc curtem ou não, isso, enfim, não desqualifica a banda. Tenho somente 17 anos, curti mto o show e, garanto, não sou nenhum bobalhão e nem comprei meu abadá pro carnaval em salvador..

  9. Esse show do Strokes o público ia pirar independentemente do que eles fizessem no palco. Algo comparável ao fanatismo com o Guns’n Roses. Além disso, a apatia do público durante os outros shows deixou claro que o pessoal estava lá pelo Strokes. Depois xoxar por mais de 10 horas, claro que todo mundo ia surtar. Não vou desmerecer a apresentação dos Strokes, mas a expectativa pelo show, 10 anos do Is This It, retorno da banda, um show depois de 6 anos e tudo o mais garantiram o espetáculo bem mais que o ato em si, que foi competente.

  10. Exato! Só acho que ficar fazendo piada dos fãs é um argumento totalmente pobre. E outra, colocar todas as bandas sob o mesmo microscópio é amadorismo. Goldfrapp, por exemplo, não é um show de massas. É muito bom, mas não é pra grandes plateias. Assim como o tal do Criolo (que eu já não aguento mais ouvir falar).

  11. Sinal dos tempos. Um festival de música onde as pessoas vão menos pra ver do que pra serem vistas ou notadas, ou seguidas ou algo do tipo. O Planeta Terra Festival 2011, mais do que qualquer edição, foi o Planeta Terra do Twitter, do Facebook, do Instagram. Os show era um detalhe importante, mas ainda assim um detalhe.

    Caso vocês não notaram (a passagem da modernidade pra pós modernidade foi sutil eu sei) estamos nessa era, que obviamente é irreversível, é ÓBVIO que os dispositivos e meios de comunicação estariam em alta. Na boa? Péssima resenha, sabe quando você escreve algo só pra ir contra a massa? O que aliás, te contradiz, você que critica isso da parte dos Indie, é caracteristica Indie ir contra a massa… tenha mais fundamentos, julgue mais tecnicamente, porque obviamente sua opinião é totalmente moldada por esse anti-indie que existe dentro de você.

    Abraço.

  12. Não teria como não ser o festival da comunicação móvel, né? Somzinho pra gente muderrrna, num festival de um portal de internet. Esse ano o line ficou em segundo plano depois do anuncio do Strokes e dos “esgotamento” em 14 horas.
    Era um show do Strokes, era um dia Strokes. Sem raiva meu, faz 10 anos que os caras “inventaram” o indie-pop-rock. A babação era óbvia, pra mim e pra muita gente eles são uma das 10 top bandas do mundo.
    Ah, sou publicitário e gostaria de ir pro Carnaval da Bahia, mas tb pro CMJ, mas a grana é curta até pra parcelar. #maisamorporfavor

  13. parece que você só reclama de tudo cara.
    também, pra não dançar com toro y moi e curtir aqueles insuportáveis do interpol só sendo um velho ranzinza à beira de um ataque encefálico mesmo.
    texto muito longo, linguagem muito cansativa – a cada pitaco torto os olhos vão pro próximo bloco de letrinhas.
    aquele abraço.

  14. Toro y Moi é uma amostra clara do lixo proferido pela mídia mundial nos dias de hoje e tristemente classificado como indie, assim como garotas suecas e todas essas bandas detestáveis que ganham os holofotes em cima de um público apático e não seletivo. Um brinde ao Interpol, ao Nação Zumbi e ao Broken Social Scene e claro ao texto sagaz do camarada Fernando!!!

  15. Velho, vcs são extremamente chatos com essa história de indie/não-indie. Puta mania de ficar classificando tudo e colocando rótulos. Mas se assim preferem, vou refrescar-lhes a memória: O termo indie, do inglês é a abreviação (no diminutivo) de independent (em Português, independente), se aplica, na indústria de artes e performance, para os músicos, produtores e artistas que ainda não tem contratos de press and distribution (PD, ou imprimir e distribuir) e lançam os seus projetos independentemente.
    Ou seja, a banda indie mais famosa do Brasil é…. a CALYPSO! hahahahaha que até 2007 não tinha gravadora.

    beijos

  16. Bom, só fui na edição desse ano pelo Interpol pra mim foi o melhor show da noite, mesmo não saindo de lá extremamente satisfeita com o set list.
    Queria muito ter ido no Clash e no fundo eu sabia que tinha tudo pra ter um set list melhor do que no PT, fica pra próxima.
    Fiquei na grade bem ali no meio do palco só até o show do Interpol, não fiz a menor questão de aturar o Beady Eyes e muito menos Strokes, fiz muito bem pois são bandas que pra mim não valem a pena o sacrifício de se privar de água etc só pra ver de perto. E não me arrependo, só me arrependo de não ter ido no Clash Club também.
    Gostei muito do post sobre “uma nova visão do Planeta Terra 2011”, não que esse post tenha sido ruim, mas o cara que escreveu o outro post teve pelo visto as mesmas impressões que eu sobre a maioria das bandas.

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