O nome é esse mesmo. A banda é uma dupla de Ohio, Esteites. Devin e Danielle são politicamente corretos, o que sempre é muito chato. Porém a música salva.
A apresentação deles no MySpace carrega na brincadeira – ou não – sobre o fato dele ter a rara Síndrome de Tourette de uma maneira tão estranha que os médicos acharam que era epilepsia. Ou coisa do tipo. A psiquiatra dele cuida do caso a qualquer recaída.
Junte-se esse quadro ao fato deles serem um tanto quanto ligados em política demais para quem quer fazer música pop. Não que isso seja ruim, mas não é precisamos de outro Bono, não é? Todo mundo tem direito a dar suas opiniões e, no caso do Prairie Fire Organizing Committe (ou simplesmente pfoc), essa cabecice acaba refletindo nas letras das músicas – e muito menos na música em si.
E é aí que está a graça dessa banda. Há algo estranho no Prairie Fire. Ouvindo “In Small Portions” é possível perceber a aspereza do órgão crescendo por sobre um vocal distorcido (e desafinado), algo como se o pessoal do Sparklehorse estivesse muito, muito, muito depressivo. A vida não perece uma maravilha para Devin.
Na página deles do MySpace, há o aviso de que estão terminando o primeiro álbum. Sobre as músicas novas, há uma brincadeira – ou não – sobre do que se trata: “The idea for the new songs was originally to be based on broken translations of English phrases, either found in books (like River Town), or seen on t-shirts in foreign subway stations”.
Não sei se eles se levam a sério ou são dois porra-loucas fazendo música estranha de boa qualidade. “Until My Sprit Tires” começa com uma batida incerta, mas tem um vocal até bastante comum, até eles resolverem “acertar” a canção, que se encerra nos dois minutos finais quase numa jam jazzística. É inteligente, convenhamos, não que esse adjetivo queira dizer muita coisa. Ainda há uma penca de músicas disponíveis na página e, infelizmente, nenhuma para download. Fica aquela vontade de ouvir (e ter) mais.
“Death Is a Beautiful Car” aparentemente remete a um acidente de carro que Devin sofreu, em que sua oponente não tinha nem carteira de motorista e nem seguro. Seu estado de saúde piorou por causa disso, embora ele nada tenha sofrido fisicamente. Não sei se ele fez a música antes ou depois do caso, mas o título remete bem ao ocorrido, num mundo ideal, ironicamente, é claro.
Acesse o MySpace da banda, clicando aqui, ou acesse o site/blog do Devin, clicando no link que está aí ao lado, como de praxe. O Pfoc não tem disco, não tem gravadora, não tem site oficial. É uma banda que sabe-se lá quanto tempo vai durar. Vai de acordo com a saúde frágil do cidadão.
Vou esperando mais. Torço que eles se levem menos a sério e mais a sério o lance de fazer música.