Quando o REM assinou com a Warner, em 1989, todo o mundinho alternativo torceu o nariz. Deram a eles os adjetivos usuais, como “vendidos” e coisas e tals. Bom, foi na Warner que eles lançaram “Green” (1989), “Out of Time” (1991, o disco deles que mais vendeu, por causa de “Losing My Religion”) e “Automatic For The People” (1992), que eu acho o melhor. Discos de parada de sucessos, entende? Mas também foi na Warner que eles lançaram “New Adventures In Hi-Fi” (1996), “Up” (1998, o disco mais anti-pop do REM), “Reveal” (2001) e “Around The Sun” (2004). Não dá para falar que eles foram “vendidos”. O REM continua sendo uma das poucas bandas que fazem o que querem, vendendo ou não (quer dizer… vendem, porque têm um público fiel), assim como o Pearl Jam.
Tá bom, concorde ou não, goste ou não do som, o fato é que o REM faz o que quer.
O lance é que depois da entrada na Warner (contrato que em breve acaba), a banda ficou conhecida pela massa. E o que veio antes, quando estava sob a tutela a IRS, gravadora que o lançou? Em 1983, a estréia: “Murmur”, impacto na música independente, disco limpo, cru, poético (hmmm…). Depois vieram “Reckoning” (1984), Fabvles Of The Reconstruction” (1985, com “Maps And Legends” e “Driver 8”), “Life’s Rich Pageant” (1986) e o espetacular “Document”, de 1987, que tem na melhor música de todos os tempos do REM, com o melhor título, “It’s The End Of The World As We Know It (And I Feel Fine)”.
É esse período ofuscado pela fase “Out Of Time”, bem-sucedida comercialmente, que abrange a gigantesca coletânea “And I Feel Fine”, que será lançada em 11 de setembro (!). É um disco duplo, que vai pegar faixas raras, versões diferentes, gravações “ao vivo no estúdio” e muito material da fase IRS, quando o REM ainda era formado por Bill Berry, Mike Mills, Michael Stipe e Peter Buck.
O Disco 1 é uma coletânea bem parecida – com alteração de uma faixa ou outra – com a famosa “The Best Of REM” (1998), fácil de encontrar nas lojas, uma versão renovada e ampliada da coletânea de singles “Eponymous” (1988), essa nunca editada por essas terras. Já o Disco 2 tem raridades, bem ao estilo “In The Attic: Alternative Recordings 1985-1989”, coletânea lançada pela EMI, que comprou o catálogo da IRS, e comemorava, em 1997, 100 anos de fundação.
A recomendação é que se tenha todos os discos originais do REM, é claro. Mas essas coletâneas citadas trazem algumas raridades, que também valem a pena.
Na nova, “And I Feel Fine”, as músicas são:
Disco 1
‘Begin the Begin’
‘Radio Free Europe’
‘Pretty Persuasion’
‘Talk About the Passion’
‘(Don’t Go Back to) Rockville’
‘Sitting Still’
‘Gardening at Night’
‘7 Chinese Bros.’
‘So. Central Rain (I’m Sorry)’
‘Driver 8’
‘Can’t Get There From Here’
‘Finest Worksong’
‘Feeling Gravity’s Pull’
‘I Believe’
‘Life and How To Live It’
‘Cuyahoga’
‘The One I Love’
‘Welcome to the Occupation’
‘Fall on Me’
‘Perfect Circle’
‘It’s the End of the World As We Know It (And I Feel Fine)’
Disco 2
‘Pilgrimage’ (Mike’s pick)
‘These Days’ (Bill’s pick)
‘Gardening at Night’ (slower electric demo; nunca lançada)
‘Radio Free Europe’ (Hib-tone version)
‘Sitting Still’ (Hib-tone version)
‘Life and How to Live It’ (Ao vivo no Muziekcentrum, Utrecht, Holanda 14/9/87; nunca lançada)
‘Ages of You’ (Ao vivo no Paradise, Boston 13/7/83; nunca lançada)
‘We Walk’ (Ao vivo no Paradise, Boston 13/7/83; nunca lançada)
‘1,000,000’ (Ao vivo no Paradise, Boston 13/7/83; nunca lançada)
‘Finest Worksong’ (other mix)
‘Hyena’ (demo; nunca lançada)
‘Theme From Two Steps Onward’ (nunca lançada)
‘Superman’
‘All the Right Friends’ (nunca lançada)
‘Mystery to Me’ (demo; nunca lançada)
‘Just A Touch’ (live in-studio version; nunca lançada)
‘Bad Day’ (primeira versão, nunca lançada, diferente da incluída na coletânea da Warner “In The Time – The Best Of REM”, de 2003)
‘King of Birds’
‘Swan Swan H’ (live acoustic version)
‘Disturbance at the Heron House’ (Peter’s pick)
‘Time After Time” (Annelise)’ (Michael’s pick)
É isso aí!