HOMENAGEM INVEJÁVEL
Não há muito segredo: a adoração a que Oliver Ackermann, Dion Lunadon e Jason “Jay Space” Weilmeister se referem nesse terceiro disco é o Jesus & Mary Chain fase “Barbed Wired Kisses” (sim, a coletânea de singles: estou falando de um período que bate até 1988).
“Worship” remete a singles como “Head”, “Hit”, “Don’t Ever Change” e, principalmente, “Just Out Of Reach”, músicas que viraram lados B pros irmãos Reid. É coragem ou determinação de fã?
Ackermann não faz muito esforço pra separar o DNA de sua música da do J&MC. Na verdade, ele espalha os cromossomos da invenção perturbada dos escoceses por quase toda a nova obra, de “Alone” a “Leaving Tomorrow”.
São músicas que raramente permitem outro protagonista que não os pedais barulhentos e tonelada de distorção, a não ser quando sua voz procura espaço entre os ruídos, como é o caso de “Why I Can’t Cry Anymore”. E, pois, um resultado empolgante, mais solto, daqueles de quem assume suas preferências e referências sem medo de ser feliz.
Foram três anos desde “Exploding Head” e a preocupação da banda se repetir era enorme. Mas “Worship” é invejável na homenagem, por não ser só uma homenagem, por acrescentar outros elementos.
Se “Alone” começa com um baixo pesado e lambendo as botas do industrial, “You Are The One”, o primeiro single, é puro “Just Out Of Reach” dark. “Revenge” faz uma reverência ao primeiro disco do My Bloody Valentine (se os seus ouvidos suportarem os apitos até o final, é uma delícia). Há ainda uma surpreendente aproximação com os primórdios do The Cure em “Slide”. São acréscimos sutis, mas valorosos. Os elementos góticos estão por todo o disco, lado a lado com as guitarras e as distorções.
Ouça “You Are The One”:
Elementos que aparecem também nas letras. “Mind Control” e “Fear” são sinistros argumentos de pavor pelo aprisionamento da mente, enquanto a muralha de som enclausura ainda mais. “Why I Can’t Cry Anymore”, uma das melhores do disco, é irônica, com o morto não conseguindo chorar a própria morte. “And I’m Up” é a mais pop do álbum e lembra remotamente “Happy Place”.
O A Place To Bury Strangers não tem vergonha de não parecer original e muito menos de colocar e expor no altar os seus ídolos. Tenta criar em cima, tenta aprimorar. Em boa parte das vezes, como nesse “Worship”, acaba soando como uma paixonite singela, de onde não se exige muita personalidade. Mas é uma homenagem que muita banda gostaria de receber.
NOTA: 7,0
Lançamento: 26 de junho de 2012
Duração: 44 minutos e 35 segundos
Selo: Dead Oceans
Produção: Oliver Ackermann e A Place To Bury Strangers
Amei desde dos primeiros acordes, eu amo Jesuse e Skywave.
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