O reconhecimento surge logo nos primeiros acordes do EP que leva o mesmo nome da banda. No exato segundo que a primeira faixa, “Erva Wilva”, inicia, uma grande dose de blues, psicodelia e rifes potentes evidenciam uma banda com não só um amplo domínio do seu repertório, mas que também cria um espaço quase místico e ocultista através desta mistura.
O que quer dizer que tanta guitarra elétrica e suas distorções são tão atraentes que eu senti a necessidade de aumentar o volume até perceber que não tinha mais como aumentar. Esta abordagem não só remete a grandes nomes (“Kyuss” talvez o mais notável), mas também cria um envolvimento direto com o ouvinte.
Não há pretextos pra qualquer interação que não seja a música. A musicalidade é o suficiente pra que os quatorze minutos do EP passem voando. Não há encobrimentos: é tudo direto. Tudo que o lançamento requer do ouvinte é que ele tenha algum tempo sozinho neste outono e o ouça fazendo qualquer outra coisa que lhe der na telha. Talvez a partir da terceira faixa tudo soe mais ou menos a mesma fórmula, mas seria injusto criticar a mesma sinceridade que me fez gostar da banda.
No entanto, se a repetição fica evidente, ainda assim acontecem transtornos desta monotonia capazes de prender a atenção, de modo que sempre fica notável uma virada de bateria ou alguma outra coisa tão relevante quanto.
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NOTA: 6,5
Lançamento: 11 de abril de 2017
Duração: 14 minutos e 24 segundos
Selo: Sinewave
Produção: Billy Comodoro