REVISITANDO: BILLIE HOLIDAY – STRANGE FRUIT (1939) – A VOZ CONTRA O RACISMO

Marion, no estado norte-americano de Indiana, é a cidade onde nasceram o mito James Dean (em 1931) e o cartunista Jim Davis (em 1945), criador do Garfield. Com trinta mil habitantes (pelo censo de 2010), ser berço de dois nomes tão importantes pra cultura pop é um aproveitamento e tanto.

Mas a pequena cidade tem com a cultura uma outra ligação com a qual não pode se orgulhar.

Em 7 de agosto de 1930, um pouco antes de amanhecer, o xerife do condado, Jacob Campbell, e seus oficiais prenderam quatro adolescentes negros em suas casas. Pouco mais de doze horas depois, dois deles estariam mortos sob aplausos e júbilo de uma audiência exultante. Foram linchados e enforcados.

James Cameron, 16 anos, e Abram Smith, 19, eram engraxates. Thomas Shipp, 18, trabalhava em Malleable, uma fundição. A ocupação de Robert Sullivan era desconhecida. Eles foram levados pra prisão no centro de Marion. Lá, o xerife e seus homens bateram e interrogaram cada um deles separadamente até que extraíssem suas confissões. Depois, Tommy, Abe e Jimmy foram presos em celas separadas pra aguardar o julgamento. Por algum motivo, apenas Robert foi libertado.

O xerife acusou os garotos de terem estuprado Mary Ball, então com 19 anos (há notícias de que ela tinha 17), e matar seu namorado, um branco chamado Claude Deeter, de 23 anos, na noite anterior, numa tentativa de assalto.

Era o começo da Grande Depressão, fruto da quebra da bolsa de valores em 1929. Claude, era o filho mais velho de uma família de trabalhadores agrícolas e havia acabado de ser demitido. Mesmo assim, foi namorar com Mary Ball, que, como é bem típico na sociedade machista (que perdura até hoje), era tida como vadia, prostituta, noiva de Claude, ao mesmo tempo que era apontada como namorada de Abram Smith, um dos rapazes presos.

Naquele dia, os garotos tomaram o casal de assalto, pedindo dinheiro, com armas em punho. Supostamente, estupraram Mary, dapois espancaram Claude e atiraram nele. Um fazendeiro, ouvindo os gritos, foi ao socorro do casal e ajudou a levar Claude pro hospital. A notícia do assalto se alastrou como fogo na pólvora. Era só o que se falava na cidade e nos arredores. O chefe de polícia de Marion pendurou a camisa ensanguentada de Claude na janela da delegacia como uma bandeira.

Os meninos foram presos e a turba enfurecida de brancos se aglomerou ao redor da delegacia.

Quando a notícia de Claude foi confirmada, reforçada pelo reportado estupro da moça, os pais de Mary começaram a propor o enforcamento dos rapazes. A turba pediu que a polícia entregasse os “criminosos confessos” (sob tortura, mas o que importava?). A recusa foi só uma formalidade, porque a multidão enfurecida invadiu a cadeia e espancou os três rapazes que ali estavam (Sullivan já havia sido solto).

É preciso lembrar que “linchamentos, nos quais os negros eram assassinados com indescritível brutalidade, muitas vezes numa atmosfera festiva, e depois, com a aquiescência ou mesmo cumplicidade das autoridades locais, pendurados em árvores à vista de todos, eram frequentes no Sul após a Gurra Civil e durante muitos anos depois. Pelos números conservadores, entre 1889 e 1940, 3.833 pessoas foram linchadas, noventa por cento delas no Sul, e quatro quintos eram negros”, escreve o jornalista David Margolick.

“Linchamentos tendiam a ocorrer em cidades pequenas e pobres, muitas vezes tomando o lugar (…) de diversões como o carrossel, o teatro ou a orquestra sinfônica. Podiam envolver comunidades inteiras ou só uma quadrilha de ‘justiceiros’, quase sempre disfarçados. E eram perpetrados em resposta a uma série de supostos crimes: não apenas assassinato, roubo e estupro, mas também por insultar uma pessoa branca, por se gabar, por falar palavrão ou comprar um carro. Em alguns casos, não havia infração alguma: era apenas hora de lembrar aos negros ‘metidos’ que eles deviam saber qual era seu lugar”, continua o jornalista.

Quando a notícia do enforcamento se espalhou, chegava gente a Marion vindo de cidades vizinhas, de carro, de trem, de caminhão e até a pé. Todos queriam ver o espetáculo. A multidão foi estimada em algo entre dez e quinze mil homens, mulheres e crianças. Todos tinham sede de sangue. Muitos pediam “justiça em nome de deus”. Muitos se declaravam “homens de bem”.

O primeiro a ser levado pra fora da delegacia foi Ship, que foi arrastado pela multidão pela rua de paralelepípedos, enquanto arremessavam pedras, tijolos, desferiam chutes, cuspes e ofensas. Alguém trouxe uma corda. Nesse momento, tudo é feito meio de improviso, mas sempre tem alguém “preparado” pra levar a cabo o assassinato em “nome da honra”. Amarram Ship e o levaram de volta à prisão, onde o enforcaram nas barras de ferro da janela.

O próximo foi Smith. A multidão o arrastou no mesmo ritual pela rua em frente à cadeia até uma das árvores ali perto. Quando estavam-no levantando, Smith tentou tirar a corda do seu pescoço. Alguns enfurecidos o impediram e, pra que ele não tornasse a fazê-lo, quebraram seus dois braços à marretada. Então, o puxaram pra cima de novo.

Thomas Ship já sem vida, foi trazido da janela onde fora enforcado pra fora, à árvore onde Smith fora enforcado. Os dois ficaram pendurados lado a lado, com a multidão a aplaudir e sorrir. O fotógrafo Lawrence Henry Beitler tirou uma foto desse momento. Uma foto clássica, que iria entrar pra história e que ia impactar a música e a sociedade americana.

Mas, apesar dos dois corpos balançando naquele dia de verão, a “festa dos homens de bem” ainda não havia acabado. A multidão queria o terceiro menino, James Cameron (não é o diretor de cinema, claro). Ele foi espancado e arrastado, como os outros, da prisão até a praça. O grupo chegou a colocar a corda no pescoço dele e levantá-lo no meio dos dois mortos.

Mas alguém o salvou. No meio da multidão, alguém que ele não faz ideia quem seja gritou: “tirem esse menino daí! Ele não tem nada a ver com a história!”. Por algum milagre, a multidão se acalmou e o garoto voltou à prisão. Ele ficou preso por um ano, esperando julgamento. Por incrível que pareça, Mary Ball testemunhou sob juramento, diante do juiz, que afinal de contas não havia sido violentada. Não se sabe se os pais dela, que incitaram o linchamento, se quedaram arrependidos. O júri composto só por brancos acreditou quando Cameron disse a sua verdade dos fatos: assim que ele reconheceu Claude como um dos seus clientes de engraxate, saiu correndo da cena do crime, antes do crime ocorrer.

Seu depoimento e o de Mary o livraram de um fim trágico, mas o juiz o sentenciou a até vinte e um anos de prisão por cumplicidade no crime, o que o próprio Cameron achou justo, diante de tudo. Ele ficou quatro anos no reformatório do estado e então saiu limpo.

Cinquenta e oito anos depois, em 1993, o governador de Indiana, Evan Bayh, perdoou Cameron oficialmente em uma cerimônia em Marion. Cameron também recebeu uma chave da cidade.

Cameron tornou-se um importante ativista pelos direitos humanos. Ele morreu em 2006, aos 92 anos. Em 1988, ele fundou o America’s Black Holocaust Museum (clique aqui), de onde foi tirado parte do conteúdo até aqui deste artigo. Foi pai de cinco filhos. Nenhum deles, nem os netos ou tataranetos, teve problemas com a Justiça.

A história que Cameron pôde contar em detalhes depois, e a experiência de vida que ajudou a fortalecer a luta pela igualdade acabaram ficando em segundo plano em termos de alcance quando se fala um nome: Abel Meeropol.

Meeropol não estava entre os muitos estadunidenses indiferentes ao “normalismo social” dos linchamentos. Nascido na cosmopolita Nova Iorque, ele e sua esposa, Anne, filiados ao Partido Comunista, tinham horror à ideia. Seis anos após os ocorridos em Marion, a fotografia de Beitler seguia rodando os Esteites em publicações diversas e uma revista de direitos humanos com a foto foi parar nas mãos de Meeropol. Ele ficou extremamente incomodado com a imagem.

Ele escreveu um poema sobre a imagem e conseguiu publicá-lo, sob o pseudônimo de Lewis Allan, na revista sindical The New Yorker Teacher, em 1937, com o título de “Bitter Fruit” (“fruta amarga”). A imagem daqueles dois homens pendurados na árvore era como de frutas. Nada podia ser mais poético e direto do que tal associação.

O poeta sempre pedia a outras pessoas pra musicar seus poemas, mas nesse caso específico, ele mesmo resolveu fazê-lo. “A música passou então a ser cantada nos circuitos esquerdistas – por sua esposa, por amigos progressistas, em reuniões em hotéis e casas de veraneio, por membros do sindicato dos professores e por uma cantora negra chamada Laura Duncan (inclusive uma vez no Madison Square Garden) e por um quarteto de cantores negros, que fizeram um show pra arrecadar dinheiro pros antifascistas durante a Guerra Civil Espanhola”, escreve Margolick.

“Por acaso, o coprodutor desse evento, Robert Gordon, estava também dirigindo o primeiro show do Café Society, inaugurado em dezembro de 1938, mais de um ano e meio depois da publicação do poema. A atração principal: Billie Holiday, que acabara de sair da banda de Artie Shaw, em parte porque fora forçada a tomar o elevador de serviço durante um festival de jazz em um hotel em Nova Iorque. E não era um hotel qualquer: ele levava o nome do abolicionista Abraham Lincoln”.

Já o Café Society era tido como a boate onde “nem coro de garotas, nem piadas sujas, nem comédias racistas” eram admitidos. Diz-se que Eleonor Roosevelt, a primeira-dama ativista dos direitos humanos, quando na única vez na vida em que foi a uma boate, ela foi justamente ao Society.

Com o poema/canção já rebatizado de “Strange Fruit”, Gordon aconselhou a Meeropol que ele levasse a obra ao Society e mostrasse a Holiday. O autor não conhecia a cantora e apareceu lá de surpresa. Barney Josephson, dono do local, quando ele leu a letra pela primeira vez, ficou “intrigado”. Perguntou a Meeropol: “o que deseja fazer com isso?”. De pronto, o poeta respondeu: “gostaria que Billie cantasse a canção”. Disse e sentou-se ao piano pra executar a canção. Billie Holiday ouviu, indiferente.

Provavelmente, ela achou o que muitos acharam da música: “escapa de qualquer categorização musical fácil”, analisa Margolick. “É artística demais pra ser música folclórica, politicamente explícita demais pra ser jazz“.

A primeira biógrafa de Holiday, Linda Kuehl, achava que as músicas que a cantora interpretava eram “primas-irmãs de sua leitura favorita: fotonovelas e revistas de amor e romance”, ou seja, baladas amenas, banais, nada profundas. A política não estava entre os seus temas, muito menos a desigualdade racial. Talvez por tudo isso, Holiday não tenha se empolgado com a audição de Meeropol.

O autor chegou a dizer mais tarde, que tinha “certeza de que se Barney Josephson e Robert Gordon não tivessem ficado tão impressionados com a música, Billie Holiday nunca a teria cantado, porque era muito diferente do tipo de canção a que ela emprestava sua voz única e sua inesquecível interpretação musical”.

Josephson chegou a afirmar que Holiday não tinha entendido do que se tratava a música. “Quer que eu cante? Eu canto”, ela disse. “E ela cantou. Só depois de uns meses, quando vi uma lágrima rolando no rosto dela, durante uma apresentação, me convenci de que ela finalmente tinha entendido o que era aquele ‘estranho fruto'”, completou.

O jornalista David Margolick escreveu um livro só sobre a história da canção: “Strange Fruit: Billie Holiday E A Biografia De Uma Canção”, de 2001, que a editora Cosac Naify lançou no Brasil em 2012 e cujas aspas deste artigo são compostas basicamente de trechos dele.

Ali, a certa altura, o jornalista diz: “Holiday, é verdade, era pouco sofisticada sob certos aspectos, famosa por não ler nada mais sério que romances água com açúcar, e a canção era diferente de tudo o que ela tinha feito, era um comentário social, não uma musiquinha qualquer sobre amor e romance”.

Mas Meeropol disse que, apesar de tudo, foi um acerto Gordon ter feito a ponte entre os dois e Holiday ter aceitado interpretá-la: “a interpretação dela era surpreendente, absolutamente dramática e eficiente, capaz de sacudir a complacência de uma plateia em qualquer lugar. (…) O estilo dela pra canção era incomparável, cheio de amargura e de uma qualidade chocante”.

Gordon percebeu isso e sugeriu a Holiday sempre fechar as suas apresentações com a canção. Sabia do impacto que a música causava nela mesma e na plateia. Ao fim da interpretação, sem dizer nada, simplesmente saía do palco, o foco de luz que ficava nela se apagava e o ninguém falava ou fazia nada por alguns segundos, silêncio absoluto, até que a ovação explodia. O efeito era arrebatador.

Assim, segundo Margolick, “‘Strange Fruit’ foi se transformando primeiro num ritual cotidiano pra Holiday, depois em uma das suas gravações de maior sucesso, depois em uma de suas marcas registradas, pelo menos nos lugares onde era seguro cantá-la, como o Society. Isso porque ao longo da curta vida de Holiday – ela morreu vinte anos depois, em 1959, aos 44 anos – a canção viveu numa espécie de quarentena artística: podia viajar, mas só pra certos lugares”.

Sua gravação também foi polêmica, já era de se imaginar. John Hammond, o homem que descobrira Holiday e produzia seus discos, não gostava de “Strange Fruit” e a Columbia Records, gravadora de Holiday à época, se recusou a gravar a canção, com medo da reação do público sulista. Foi Holiday quem convenceu Milt Gabler, da pequena Commodore Records, que era famosa por ter artistas de viés político progressista, a gravá-la.

“Em 20 de abril de 1939, num estúdio na esquina da Quinta Avenida com 55Th Street, Holiday e os músicos – Sonny White (que foi noivo dela por um tempo) ao piano, Frankie Newton no trompete, Tab Smith no sax alto, Kenneth Hollon e Stan Payne no sax tenor, Jimmy Mclin no violão, John Williams no baixo, Edfdie Dougherty na bateria – fizeram aquela que viria a ser a primeira e mais famosa gravação de ‘Strange Fruit’. A gravação durou quatro horas. (…) A um dólar cada exemplar, os discos de dez polegadas da Commodore eram bem mais caros que a média. Temendo que os compradores se sentissem enganados por uma gravação muito curta, Gabler fez White improvisar a comovente abertura da música, hoje bem conhecida; dado o final dramático da canção, dificilmente se poderia acrescentar algo no final. O disco foi lançado em meados de 1939”, diz o livro.

Essa é a versão gravada nesse dia, a mais conhecida:

A Columbia permitiu a gravação sem custos de cessão a outro selo. Cedeu a artista pra fazer a vontade dela. “Strange Fruit” foi um sucesso retumbante. Mas Gabler não sabe dizer exatamente quanto Holiday ganhou. Ela tirava dinheiro “direto do caixa”, sempre que precisava – e precisava de muito, pra sustentar principalmente seu vício em heroína.

Margolick afirma que “certamente, a música que forçou uma nação a confrontar seus impulsos mais sombrios, uma música que ofendia grande parte do país, não deu a Holiday nenhum amigo influente que pudesse dar uma mãozinha à medida que ela mergulhava no abuso de drogas e se envolvia em cada vez mais encrencas com a lei”.

Os Esteites não queriam esse tipo de confronto, a desigualdade social era uma ferida que só machucava os negros, e se a cultura era linchá-los e enforcá-los só pra “lembrar o lugar deles”, por que uma negra poderia cantar uma letra tão ferozmente direta e ainda assim ser maravilhosamente perfeita?

“Depois de um ciclo inicial de popularidade, ‘Strange Fruits’ caiu em desuso por muitos anos, vítima do conservadorismo de uma era”, lembra Margolick. Meeropol, que se desfiliou do Partido Comunista em 1947, foi perseguido e investigado por muitos anos pelo Comitê de Atividades Antiamericanas, comandado pelo senador reaça Joseph McCarthy. Foi o casal Meeropol que adotou os filhos de Julius e Ethel Rosenberg, executados em 1953 pelo Estado, sob acusação de serem espiões soviéticos. Meeropol morreu em 1986, aos 83 anos, tendo que constantemente lembrar que era o autor de “Strange Fruit”, já que só era lembrado como o “pai adotivo dos filhos dos espiões”.

Mas não só ele foi investigado pelo macarthismo: Holiday e quem quer que tenha cantado a música por essa época também foram chamados a depor. Era uma canção revolucionária.

Abel Meeropol disse em 1971 que escreveu “Strange Fruit” porque detestava “linchamentos, injustiça e pessoas que a perpetuam”. Isso incluía McCarthy, claro.

Os versos (abaixo, com tradução) são contundentes. Os corpos de Smith e Shipp pendurados são apenas dois frutos bizarros de uma colheita de abusos e injustiça que se perpetuam de um modo ou de outro até hoje. É por isso que a canção virou um clássico e entrou pro Hall da Fama do Grammy em 1978, além de valer o título de “canção do século” pra revisa Time, em 1999. Em 2002, a Biblioteca do Congresso Nacional colocou a canção no National Recording Registry.

Muitos artistas regravaram a canção, como era de se imaginar. Entretanto, a música ganhou diversas formas e cores, que vão de Cocteau Twins, Siouxsie And The Banshees e The Gun Club a Tricky, Diana Ross, Jeff Buckley, Nina Simone e Sting, passando por UB40, Tori Amos, Mark Lanegan & Greg Dulli. Abaixo, uma lista com algumas dessas interpretações.

“Strange Fruit” segue emocionando e passando o recado: o preconceito, a estupidez e a intolerância ainda são os piores frutos que a sociedade pode plantar.

Southern trees bear strange fruit,
As árvores do Sul estão carregadas com um estranho fruto
Blood on the leaves and blood at the root,
Sangue nas folhas e sangue na raiz,
Black body swinging in the Southern breeze,
Um corpo negro balançando na brisa sulista
Strange fruit hanging from the poplar trees.
Um estranho fruto pendurado nos álamos.

Pastoral scene of the gallant South,
Uma cena pastoral no galante Sul,
The bulging eyes and the twisted mouth,
Os olhos esbugalhados e a boca torcida,
Scent of magnolia sweet and fresh,
Perfume de magnólia doce e fresca,
Then the sudden smell of burning flesh!
Então o repentino cheiro de carne queimada!

Here is fruit for the crows to pluck,
Aqui está o fruto para os corvos arrancarem,
For the rain to gather, for the wind to suck,
Para a chuva recolher, para o vento sugar,
For the sun to rot, for the trees to drop,
Para o sol apodrecer, para as árvores fazer cair,
Here is a strange and bitter crop.
Aqui está uma estranha e amarga colheita.










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Comentários

comentários

Um comentário

  1. Lindo, lindo artigo. Obrigado por me trazer todo esse conhecimento.
    Eu estava procurando sobre esse poema e principalmente sobre a versão cantada e interpretada pela Nina Simone, dês do momento que em que escutei pela primeira vez como um sample na música do Kanye West “Blood On The Leaves”. Agora percebo que de certa forma, é quase um ato de desrespeito utilizar essa canção como um adicional para uma música que o intuito séria trazer acontecimento pessoais da vida de Kanye, como frustrações amorosas e problemas com drogas.

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