É hoje, como você já sabe.
É um dia cheio de superstições. Principalmente pros cristãos, embora a maioria nem saiba disso. Posso começar dizendo que Jesus foi crucificado numa sexta-feira, o que já coloca a rapaziada em polvorosa com o dia. Dizem que Adão e Eva comeram a tal maçã numa sexta-feira. Daí que até os marinheiros se recusam a sair ao mar numa sexta-feira.
Vale uma boa explicação do site HowStuffWorks: “Alguns historiadores dizem que a desconfiança dos cristãos com relação às sextas-feiras está, na verdade, ligada à antiga opressão da Igreja Católica a religiões e mulheres pagãs. No calendário romano, a sexta-feira era dedicada a Vênus, a deusa do amor. Quando os escandinavos adaptaram o calendário, deram o nome à sexta-feira (Friday) em homenagem a Frigg, ou Freya, deusa escandinava ligada ao amor e ao sexo. Estas duas fortes personalidades femininas já representaram uma ameaça ao cristianismo dominado por homens, teoricamente, e a igreja cristã difamou o dia que tinha o nome em homenagem a elas. Isso também deve ter influenciado no medo do número 13. Dizia-se que Frigg sempre participava de encontros de bruxas, normalmente um grupo de 12, completando 13 participantes. Esta idéia pode ter sido criada pela própria Igreja Católica, mas é impossível checar as origens exatas da maioria dos fatos folclóricos. Uma lenda cristã parecida diz que 13 é mal visto porque significa o encontro de 12 bruxas com o diabo”.
Além disso, tem o lance da Última Ceia. Eram 12 os apóstolos, mais Jesus, totalizando 13. Quem foi o 13ª a chegar? Judas. Eis que passou-se a dizer que jamais se deve fazer uma refeição com 13 pessoas. Quatorze ou quinze ou dezesseis, ok, treze, jamais.
É preciso dizer, além disso, que foi numa sexta-feira, 13, que o governo militar brasileiro decretou o AI-5, em dezembro de 1968. O decreto instaurou um deus-nos-acuda no País, o estado de sítio, em que todas as liberdades pessoais e políticas foram suspensas.
Por incrível que pareça há quem morra de medo realmente por causa da data e sofra fisicamente com isso. Aí, inventaram um nome bastante “sexta-feira 13” para isso, ou seja, horripilante: paraskevidekatriaphobia. Acredite. Isso é em inglês. Em português, fica parascavedecatriafobia (se as novas alterações da língua também não mudaram isso, vai saber). Há ainda outro nome para esse medo: frigatriscaidecafobia. O medo irracional do número 13 é chamado apenas de triscaidecafobia.
O Floga-se também é cultura.
Mas por que diabos (ops!) eu tô falando disso? O que tem a ver com música?
Tem a ver, por exemplo, com Alfred Hitchcock, que segundo a lenda, já que nunca foi de fato comprovado e ele mesmo gostava de sustentar a “brincadeira”, nasceu numa sexta-feira, 13… de agosto!
Com ele, nasceu o cinema de suspense (quer dizer, não nasceu com ele, mas ganhou o reconhecimento do grande público e da crítica). Por outro lado, com certeza foi com ele que nasceu a música de suspense. Aqueles temas impressionantes de quase-terror. E daí uma série de bandas que se debruçaram nesse mundo para criar um cenário musical-temático muitas vezes duvidoso, como Marilyn Mason, Ministry e os muitos e muitos darks que foram moda nos anos 80.
O lado sombrio da nossa existência inspirou muita gente a fazer belas músicas. Poderia citar “Bela Lugosi Is Dead”, do Bauhaus, mas seria forçar demais a associação. Ou não?
O fato que hoje é um bom dia, apesar da proximidade com o ensolarado, brilhante e festivo Carnaval, de você tirar o pó daquele seu disco do The Cure das antigas, da Siouxsie & The Banshees, do Bauhaus (foto), do Clan Of Xymox, do Sisters Of Mercy, do Alien Sex Fiend, do Cocteau Twins, do Fields Of Nephilim e celebrar como num halloween.
Sim, a data tem tudo a ver com a música.
[…] acho o dia mais engraçado do ideário popular (talvez só perca pro Natal). Tanto que escrevi essa besteira aqui, na sexta-feira 13 de fevereiro de 2009. Há até uma fobia pra esse dia. É […]