Ou Iggy Pop cover.
A noite era pro Rakes. Um frio de rachar em São Paulo e, a exemplo da noite anterior, o Indie Rock Festival quase não levou ninguém ao Via Funchal: foram 3.300 pessoas no total, 1.800 no primeiro e 1.500 no segundo. Vazio. Mas é bom assim. O Rakes é uma daquelas bandas do segundo time do “indie” mundial. É bom, pero no mucho. Prometia pelo menos diversão.
Porque showzaço mesmo, pode acreditar, quem deu foi a Nação Zumbi. Um som hipnótico (foi mal pelo clichê), barulheira, alto, dançante e em bom pernambuquês, que quase ninguém entende. Foi disparado o melhor da noite. Du Peixe é tudo que alguns vocalistas de bandas com boné gostariam de ser. Mas ele é único.
Depois veio a bomba da noite: Móveis Coloniais de Acaju. Meeeeuuuu Deeeeuusss. Melhor não.
O Rakes entra com pinta de grande banda, mas é apenas um Iggy Pop cover, graças à apresentação boneco-de-borracharia do vocalista Alan Donohoe. Ele se contorce, pula, grita, eventualmente canta e de vez em quando fala com a platéia, que já estava sonolenta. Muita gente se divertiu (eu, inclusive). Quando tocou “22 Grand Job” e a melhor, “Strasbourg”, a coisa esquentou mesmo. Mas seria um grande show se fosse num lugar menor, tipo a Clash.
Valeu pela iniciativa. Pena que os produtores devem ter amargado um preju grande e irão pensar duas vezes antes de repetir a dose.