SOBRE A MÁQUINA DIVULGA CAPA DE “AREIA”

Olhe pra arte acima e ouse não ficar impressionado.

A exclamativa é válida, afinal o Sobre A Máquina, trio carioca, insinua-se pra impressionar artisticamente seu público, seja musicalmente, seja visualmente. O visual se encaixa na música e vice-versa.

Pra capa do próximo disco, o segundo, “Areia”, a ser lançado em breve, a banda mais uma vez se uniu ao design gráfico Thiago Modesto, responsável pela capa de “Decompor”, o primeiro disco.

Percebe-se uma linha visual. Organismos vivos, engrenagens, fusão. Algo que pode definir num passar de olhos a música do Sobre A Máquina. “Quando você cria a capa de um CD procura utilizar elementos que tenham alguma ligação com o sentido do trabalho musical. Cada álbum é único, então o papel do designer é procurar um meio de sintetizar o conceito do trabalho em forrma gráfica”, diz Thiago.

Mas não é tão fácil quanto o discurso pode insinuar. É preciso talento, obviamente, e inspiração. O caso é que não é qualquer inspiração que pode levar ao acerto. É preciso uma comunhão de sinapses criativas. Entre Thiago e o Sobre A Máquina há.

O design aponta a intersecção de ambos os trabalhos “na mistura do orgânico, do real, do confortável com a frieza de uma máquina, do caos urbano”. E a inspiração “veio dessa mistura, o ‘Areia’ mantém o clima do primeiro CD, denso e belo ao mesmo tempo. Então resolvemos manter o mesmo conceito de bicho-máquina do ‘Decompor’. Escolhemos a garça por ser uma ave elegante, que vive em choque com a poluição. Nos caminhos que percorremos no dia-a-dia aqui do Rio, entre a Barra da Tijuca e Jacarepaguá, os córregos e línguas negras sempre nos surpreendem com uma garça, muitas vezes imóvel com uma pata levantada, como se não soubesse como proceder mais e nem onde procurar comida no meio da poluição nos córregos de esgoto”.

É claro que sem um briefing apropriado, uma boa conversa, nada se resolve, não há direcionamento. Cadu Tenório, um terço da banda, explicou o que queria pra Thiago: “o nome ‘Areia’ me veio da junção de alguns conceitos, a idéia de esfacelamento, da erosão; a ação do vento sobre a areia, que além de ser agente da erosão, apaga todas as pegadas e rastros deixados nela; a idéia da lentidão, dos pés afundarem. E ainda mais na areia movediça, onde quanto mais tentar se mover, mais afundará”.

Ao final, Thiago ri do cenário projetado: “às vezes imagino um futuro bizarro onde o homem terá que criar esses animais robóticos como uma tentativa de recriar um ecossistema, ou até mesmo como um saudosismo de uma sociedade extinta”.

Enquanto esse futuro apocalíptico não se faz presente, aprecie a arte e a música experimental do Sobre A Máquina. “Barca”, o primeiro single de “Areia” você pode ouvir aqui.

O disco estará disponível em junho, pela incansável Sinewave.

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Comentários

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5 comentários

  1. […] O EP será mais uma vez lançado virtualmente e virá com uma novidade, o vídeo de “Anomia”, a música, dirigido pela cineasta Betina Monteiro. A bela capa ficou a cargo novamente de Thiago Modesto (leia entrevista com ele, quando da divulgação da capa de “Areia”). […]

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