A Sobre A Máquina pode ser apontada como a banda mais ousada da música nacional. Apesar de ser uma afirmação um tanto perigosa, no sentido de “subjetiva”, a chance de erro é mínima.
Isso porque os dois discos lançados anteriormente, “Decompor”, de 2010, e o excepcional “Areia”, de 2011, mostraram uma evolução da banda que poderia levá-la a ultrapassar barreiras internacionais.
Mas veio 2012 e Cadu Tenório se embestou a lançar EPs e álbuns por outros projetos (Gruta, VICTIM!, Ceticências, Santa Rosa’s Family Tree); Emygdio Costa e Ricardo Gameiro se aventuraram recentemente numa empreitada emepebística de boa repercussão, a Fábrica; e Gameiro também serpenteou o Brasil acompanhando o Cícero em turnê e tocando em tantas outras bandas.
O Sobre A Máquina ficou em segundo plano. Ou era o que se pensava.
Na verdade, a banda estava renascendo.
E renascendo num formato diferente, agora como um quarteto, com a adição do saxofonista russo Alexander Zhemchuzhnikov, que já acompanhou a banda ao vivo algumas vezes. Um quarteto que desapegou do passado, como afirma Cadu: “a gente zerou os ponteiros, o processo de formação da banda acabou, é um fim e um começo, acho que esse disco é o que queremos ser, com consciência. Nosso passo mais marcante”.
Por isso, o disco se chama apenas “Sobre A Máquina”: “queríamos que tivesse o nome da banda apenas… conseguimos chegar numa linguagem que nos renova, acho que nos traz à tona finalmente, considero um nascimento”, diz Cadu.
Nesse disco, a palavra de ordem é “desapego”: “não tem mais a facilidade do apego a uma melodia simples. Na maior parte do tempo, os timbres escolhidos estão completamente avessos aos que já usamos, trabalhamos em cima da ‘destruição’ das coisas. Os temas não são o foco principal na maioria dos sons, os ritmos são mais intensos, conseguimos deixar o disco mais livre, os elementos improvisados tiveram muito mais espaço, os climas foram construídos com mais intensidade”, ele completa.
Por tudo isso, Cadu considera que é um álbum “marcante”. Chegou “a maturidade, a experiência e nos sentimos prontos pra isso”.
O disco foi gravado de dezembro de 2011 e agosto de 2012, nos dois estúdios caseiros da banda, produzido por Cadu Tenório e Emygdio Costa, com mixagem e masterização de Igor Ferreira (Arto Lindsay, Caetano Veloso). “O talento do Igor dá todo um diferencial, sozinhos não teríamos como chegar no som que chegamos no disco, não. A parte de mixagem, equalizações, masterização… É outro patamar”, lembra Cadu.
A bela capa (sempre são belas as capas do Sobre A Máquina) é de Antonio Simas.
São oito músicas que perfazem um total de mais de uma hora de duração. É algo inédito no histórico da banda. “Decompor” e “Areia” têm quatro músicas cada. O EP “Anomia”, duas. Duas músicas de “Sobre A Máquina” margeiam os vinte minutos de duração, “Dia” e “Árvore”, dando vazão aos impulsos criativos e de improvisos que basearam o disco.
O resultado final, segundo Cadu, “tem coisas pré-produzidas, e tocamos por cima em algumas faixas, teve um trabalho de pré-produção e pesquisa de timbres antes da gravação cada faixa. Algumas têm temas, os processos foram variados, mas sim, muito foi baseado em improviso, e as músicas serão diferentes em cada show”.
“Sobre A Máquina” ainda guarda uma surpresa ao ouvinte, seja no encarte, seja no arquivo de donwload, que estará disponível no dia 3 de dezembro de 2012, data oficial de lançamento (via Sinewave: clique aqui pra baixar de graça).
O link pra download gratuito eu coloco aqui na data do lançamento.
O disco, enfim, é esse:
1. Dia
2. Oito (clique aqui pra ver o vídeo)
3. Dentro
4. Corredor
5. Vão
6. Pulso (clique aqui pra ver o vídeo)
7. Um
8. Árvore
[…] Apesar dos lançamentos anteriores, “Sobre A Máquina” está sendo considerado o primeiro álbum “pra valer” do grupo, que agora conta com o saxofonista Alexander Zhemchuzhnikov. “A gente zerou os ponteiros, o processo de formação da banda acabou, é um fim e um começo, acho que esse disco é o que queremos ser, com consciência. Nosso passo mais marcante”, disse Cadu Tenório recentemente ao Floga-se. […]
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