O Sonic Jesus de “Grace” é Tiziano Veronese, sem o parceiro de dupla Marco Baldassari, que o acompanhou na empreitada no primeiro trabalho, lançado em 2014, o belo “Neither Virtue Nor Anger” (ouça aqui).
“Grace” chega ao mercado dia 10 de março de 2017, via a mesma Fuzz Club Records que lançou o primeiro disco. São dez faixas escritas, executadas e produzidas por Veronese.
O primeiro single é “I’m In Grace” (ouça abaixo), dando uma boa ideia do que o disco apresenta: peças pós-punk, com boas doses de sintetizadores, em um resultado realmente soturno, embora mais acessível.
Os ouvidos oitentistas “darks-retrô” irão se deliciar com “September 9th”, enquanto “I’m In Grace” e “I Hoe” podem remeter à fase mais gravosa do Editors. “No Way” é pra pistas de dança mergulhadas no breu e no estrobo. Já “Modern Model” e “Outdoor” são as maiores prova da flexibilização do esforço psych-rock que a banda entregou no trabalho anterior.
Os baixos soturnos, a voz cavernosa, os climas ainda estão aqui. Só que “Grace” parece ser o trabalho de um artista esfregando os olhos pra enxergar novos horizontes. À primeira audição, pode frustrar um pouco os apreciadores do disco de estreia, mas é um álbum pra maturar – se não impacta de cara, o ouvinte terá que persistir; numa alusão direta: é assim que se alcança a “graça”.
Ouça na íntegra:
01. I’m In Grace
02. I Hope
03. Modern Model
04. September 9th
05. No Way
06. Space Heels
07. Outdoor
08. Funeral Party
09. Stars
10. Fading Lights
