Parece que fico repetitivo sempre que falo de bandas como Arctic Flow, de Brian Hancheck. Ele se agarra ao seu som dream pop e segue em frente, sem (pretender) incomodar ninguém. E eleva seu valor a cada lançamento, por conta da sua regularidade.
Uma fórmula repetida não é algo necessariamente ruim, mesmo porque, no caso de Hancheck, não é exatamente uma “fórmula repetida”. Seu som foi se encorpando com o passar dos anos: melhores produções, mais bem acabado, melhores vocais, mais desenvoltura.
Está tudo aqui nessas quatro músicas (de novo), num EP com sua marca pessoal: vocais levemente cantarolados e guitarras leves.
Mas Hancheck está mais disposto, desenvolto. O clipe de “When We Were Something” tem ele aparecendo e… cantando, ora veja só. É animador, porque, afinal, sua música é animadora, relaxante.
O trabalho foi gravado entre fevereiro e junho de 2015, no estúdio The Landing, em Myrtle Beach, Carolina do Sul, lar de Hancheck, com masterização de Cris Romero, em Sevilha, Espanha. Cris tocou violão, guitarra e programações no EP. O disquinho sai em vinil, via a alemã Oscarson Records, dia 14 de dezembro de 2015.
Sobre o título, Hacheck escreveu: “é por causa do ‘véu luminoso’ real, uma estrutura construída no viaduto Prince Edward (em Toronto, Canadá) pra impedir que as pessoas se atirem dali pra morte. Achei que era algo romântico”.
A estrutura em questão é uma enorme tela que abraça todo alto beiral do viaduto, de ponta a ponta, e que se ilumina à noite.
O EP, claro, não tem esse tom soturno que representa a estrutura, está mais pro bem que sua existência justifica. “The Luminous Veil” é leve como uma obra de dream pop deve ser, contemplativa e envolvente. Taí algo que o Arctic Flow já virou mestre em fazer.
1. When We Were Something
2. A Fine Day (For Staying In Bed)
3. Daffodils (clique aqui pra ver o vídeo)
4. Ready For The Rain
Ouça na íntegra: