Começar com “Runaway” não foi uma boa ideia, mas terminar com aquele corinho estilo amiguinhos de faculdade, em “Vanderlyle Crybaby Geeks”, foi pior (até posso ver aquela roda de universitários sentados na grama, com violão na mão, tomando vinho barato e cantando assim, de olhos fechados, admirando as estrelas). Mas… Pronto: eis as duas únicas coisas ruins do show do National, ontem, no Citibank Hall, ex-Palace, em São Paulo.
Todo o miolo foi excepcional, como se esperava. O National é uma banda especial, que normalmente não pisa na bola. Sem firulas, apenas com um jogo bem distribuído de luz e contra-luz como cenário, a banda não se mostrou melhor do que em 2008, quando se apresentou no TIM Festival, mas ainda assim fez um show muito bom. Principalmente pra quem via pela primeira vez – pra esses, certamente o impacto foi maior.
É parte da turnê do grande “High Violet”, mas incluiu belezas de discos anteriores, como “Secret Meeting”, “Abel”, “Daughters Of The Soho Riots” e “Mr. November”, por exemplo.
Muita gente chorou. Mesmo. Não era pra tanto. Mas foi possível se arrepiar com “Little Faith” e o belíssimo piano de “England”, além do coro sincero de “Fake Empire”.
Há explicação pra tanta comoção. Havia um público determinado, respeitoso com a apresentação a dez por hora, formado por fanzocas ensandecidas do “Legião Urbana gringo” que o National vem se tornando. Ou seja, a banda tinha tudo a seu favor, inclusive músicas de beleza sem igual nos dias de hoje.
E se fez valer disso, com uma seleção feita pra emocionar e um set corajoso, por manter o pé no freio quase o tempo todo, à exceção de “Bloodbuzz Ohio”, “Apartment Story”, o ponto mais alto da noite, e a ensandecida “Mr. November”. As reações exageradas são justificadas.
Matt Berninger, Aaron Dessner, Scott Devendorf, Bryce Dessner e Bryan Devendorf acertaram de novo e fizeram valer o título de banda mais cool do planeta. Não foi nada atordoante, porém. Como eles mesmo dizem em “Start A War” (não tocada ontem), “We expected something, something better than before / We expected something more”…
01. Runaway
02. Anyone’s Ghost
03. Mistaken For Strangers
04. Secret Meeting
05. Bloodbuzz Ohio
06. Slow Show
07. Squalor Victoria
08. Afraid Of Everyone
09. Conversation 16
10. Little Faith
11. Abel
12. Sorrow
13. Apartment Story
14. Daughters Of The Soho Riots
15. England
16. Fake Empire
BIS
17. Wasp Nest
18. Mr. November
19. Terrible Love
20. About Today
21. Vanderlyle Crybaby Geeks
Veja “Anyone’s Ghost”:
Veja “Apartment Story”:
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Vale o post-scriptum: na saída do show, um amigo (@ricardolilo) deu de cara com Matt Berninger no estacionamento e perguntou o que ele tinha achado. A resposta do vocalista: “amazing! The best crowd ever!”.
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[…] sob medida pra esse fim – ou pra encerrar shows com violão, jogo de luzes e coro da plateia, como aconteceu vergonhosamente da última vez em São Paulo. “Slipped” é uma música lenta que fica longe da inspiração do início do disco. É […]