Muitos “tiozões do rock” na plateia. Uma plateia abarrotada, vale dizer. A Audio Club recebeu nessa quinta-feira, dia 5 de março de 2015, um público sedento por nostalgia. O Sonics, banda precursora do que costuma-se chamar de “rock de garagem”, foi formada em 1960 (!) e lançou apenas quatro discos, incluindo o mais recente, “This Is The Sonics”, de 2015. Chance única de ver um pedaço da história da música ao vivo.
Um salve pra mente do marketing da Levi’s que pensou na banda pra promover a marca. Mas como em todo evento promocional (que é o que de fato esse show foi), a música é o que menos importa – e o público que pagou pra ver a banda especificamente, e não pra celebrar os jeans, teve que sofrer com a desorganização e o descaso. Sempre é assim. Sempre. Não havia cerveja pra comprar (veja, pra comprar, pra comprar!), existiam filas homéricas, o som estava uma bomba etc. e tals, com todo aquele roteiro que já se conhece.
O show, marcado pras 23:00h, foi começar aos trinta minutos do dia seguinte. Durante essa hora e meia, o martírio ficou por conta da dispensável discotecagem de João Gordo. Precisava? Não dava pra colocar logo a banda pra tocar e depois rolar a “festa”?
É que a marca de jeans deu sorte. Muita sorte. Quando o Sonics entrou no palco, os tiozinhos (do palco e da plateia) se deleitaram e fizeram todos esquecerem os perrengues. Foi um espetáculo com todas as letras. Os caras têm setenta anos e tocam como se tivessem vinte: guitarra alta (nem parece uma guitarra só), bateria explosiva, baixo marcante, vocais berrados e até o sax, algo que quase nunca se não encaixa em porradas guitarrísticas, funcionou bem.
Jerry Roslie (vocal e teclado), Rob Lind (sax, gaita e voz), Larry Parypa (guitarra e voz), Dusty Watson (bateria) e Freddie Dennis (baixo e vocal) mostraram de onde bandas como o Hives vêm. Faltou só o “um, dois, três, quatro”, emendando um petardo cinquentista e sessentista atrás do outro. A plateia respondia pulando, braços pra cima, surfando nas mãos dos outros, fazendo seus libertantes stage divings, subindo ao palco pra dançar como nossas mães devem ter dançando (no caso de alguns que estão lendo agora, como as “avós devem ter dançado”) e suando como tem que ser.
O fotógrafo-amador preferido do Floga-se, André Yamagami (autor das fotos desta resenha), definiu muito bem a noite: “o visual é de banda de churrascaria ou de baile da terceira idade. Mas foi só começar pra ver que da terceira idade somos nós que não temos tanta vitalidade quanto esses septuagenários. Você vê nitidamente o poder que a música tem pras pessoas, estejam elas em cima do palco ou do outro lado da grade. Dos shows mais incríveis que vi. E a plateia entrou no clima também, não costumo fazer isso, mas, olha, tão de parabéns os que foram. Souberam se divertir e reverenciar a história diante dos seus olhos e ouvidos. Não basta a banda ser lendária, eles tiveram a manha de fazer um show lendário”.
Melhor resumo não há. O Sonics explodiu a Audio, mas poderia fazer o mesmo num baile de debutantes ou mesmo numa festa da firma, e todo mundo vai dançar, do “tiozão do pavê” ao chefe janotinha mala, não tem como. Eles tocam alto, forte, com energia, e canções como “Cinderella”, “I Got Your Number (666)”, “Money (That’s What I Want)” e, claro, “Louie Louie” parecem tão atuais que é difícil recusar o clichê: o quinteto é idoso, mas jovem em espírito rock’n’roll.
Não é isso o que mais falta por aí?
01. Cinderella
02. Shot Down
03. He’s Waitin’
04. Dirty Robber (The Wailers cover)
05. Have Love, Will Travel (Richard Berry cover)
06. Sugaree
07. You’ve Got Your Head on Backwards
08. Be A Woman
09. I Got Your Number (666)
10. Keep a Knockin’ (Little Richard cover)
11. Bad Betty
12. Boss Hoss
13. Hey Mamma Look At Little Sister
14. Money (That’s What I Want) (Barrett Strong cover)
15. Louie Louie (Richard Berry cover)
16. Psycho
BIS
17. I Don’t Need No Doctor
18. Strychnine
19. The Witch
Veja “Cinderella” e “Shot Down”:
Que resenha mais cafona!
É o que dá ouvir Criolo.
“Ouvir Criolo”? hahaha ganhei a gargalhada do dia. Agradeço o comentário.
facinho a pior resenha de show que eu já li. provavelmente o autor do texto e o fotógrafo não tinham a menor ideia do que iriam ouvir. viram um pequeno pedaço de história e não entenderam o que ouviram. e pelo comentário inicial, a idade do blogueiro e do subfotógrafo devem ser menores que a minha, não dá mesmo para confiar em adolescentes escrevendo sobre música.
É por isso que não dá pra deixar BLOGUEIRO fazer serviço de jornalista. Resenha de merda feita por quem não entende nada do assunto.