THIS LONELY CROWD – SOME KIND OF PAREIDOLIA

Pareidolia é o termo utilizado em psicologia para determinar o fenômeno em que o cérebro percebe e extrai algo significativo (geralmente de uma imagem ou som) de outro algo aleatório ou disforme. É como ver o rosto de alguém ou a forma de um animal numa nuvem, por exemplo.

“Some Kind Of Pareidolia” resume, portanto, muito bem o quarto lançamento dos curitibanos do This Lonely Crowd, com previsão para junho ou julho de 2011: “o álbum é uma tentativa de colocar nas músicas ‘coisas que parecem, mas não são'”, diz a banda.

Os integrantes atendem por nomes que contribuem para essa aura, como um conto de fadas se materializando, nos delírios de Lewis Carroll: Tweedledum (guitarra), Tweedledee (guitarra), Humpty Dumpty (voz e guitarra), Jabberwock (bateria) e Red Queen (baixo e voz). Nada é o que parece.

O disco, que vem sendo gravado desde setembro de 2010 no Studio Guerrilla, da própria banda, e é uma produção “100% independente”, sai provavelmente pela Sinewave, o netlabel paulistano especializado em post-rock e uma das iniciativas culturais mais importantes do Brasil. O This Lonely Crowd lançou seus três EPs anteriores ali (e você pode baixá-los de graça): “Ephemeris”, “Entangled Chaos”, “An Endless Moment Everyday All The Time”, todos de 2010.

Dessa vez, porém, não é um EP, é um disco cheio, completo, ou como a banda chama, um “FS: full-sequence”, com 12 músicas inéditas. Três delas, você já pode ouvir (e baixar) na página do SoundCloud da banda (ou aqui embaixo).

A banda fala sobre as canções: “nossa adorada temática de contos de fadas para crianças continua mais forte do que nunca, seja nas letras ou nos arranjos. A diferença maior com relação aos albuns anteriores é que tentamos sair um pouco da nossa zona de conforto com montagens mais inusitadas. Além disso, brincamos mais com os extremos barulho-calmaria”.

Há uma forte dose de Smashing Pumpkins fase “Gish” aqui, o que é um tremendo elogio… pro Smashing Pumpkins! “Rainbow’s Burns” tem uma guitarra assustadoramente viajante nos dois primeiros minutos, antes de entrar o vocal:

“Frozen (In Time) Waterballoon” segue a mesma linha:

E “Snorphan” é a melhor (até aqui), bastante introspectiva:

Mas não se engane, é bom repetir: nada é o que parece. Se você também remeteu aos acordes do Smashing Punpkins, vai se surpreender nas entrelinhas.

Olha o serviço:

01. Sometimes We Only Start Again
02. Where Is When?
03. Shimmered Reveiries
04. Raimbow’s Burns
05. Love Blender
06. Escher’s Starcase
07. Frozen (In Time) Waterballoon
08. Snorphan
09. French Poetry Of The 18th Century
10. Spotty Powder
11. Mastering The Art Of Trainning Squirrels
12. Repeating

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Comentários

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14 comentários

  1. Vi eles ao vivo em janeiro e adorei, me pegou de surpresa pela intensidade das músicas…essas 3 tão fabulosas, a rainbows achei a melhor. To torcendo pra soltarem esse disco logo!!!

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