TIM FESTIVAL 2007

Bom, eu deveria falar do TIM Festival e tals. Mas ficou difícil depois do martírio desse domingo. Os cariocas se deram bem, com a organização de sempre. Já os paulistas… Uma dureza.

Hot Chip foi decepção só pra quem caiu na lorota de que eles eram bons. Não dá. Hot Chip não dá. Ainda bem que deu pau no som deles.

Björk foi a culpada de tudo. Se você não sabe ainda, a montagem (e desmontagem) do palco da islandesa fez atrasar a programação em três horas e meia! Se o show dela ainda fosse bom… Irritante. No lugar errado, na hora errada, totalmente fora de propósito. Uma das piores coisas que eu já presenciei. Mas vá lá, é Björk, queridinha e amada por quem entende de música. Como eu não sei diferenciar um fá de um mi, talvez eu esteja errado.

Veio daí a Juliette And The Licks. Esforçada a moça, assim como é nas telas. Mas só esforço não garante nada. Com o cansaço do público, a pancadaria que sua banda promoveu no palco não foi suficiente. Só eficiente, mas muito mala.

Apareceu o Arctic Monkeys, que acho chato demais. Os dois discos da banda são horrorosos, salvando-se uma música ou outra. O resto parece um tributo malfeito ao Clash. Pelo menos a referência deles é boa. Mas ao vivo, tenho que admitir, a banda foi edificante. Já às 2:30h eles entraram no palco e, sem frescuras, mandaram um som atrás do outro, no melhor estilo Fórmula 1, com velocidade e qualidade de motor (não vale o carro do Barrichello, é claro). “Balaclava”, uma das músicas mais chatas do segundo disco, “Favourite Worst Nightmare”, e “Teddy Picker”, me pareceram espetaculares ao vivo, apesar da altura baixa do som na Arena Skol.

As duas músicas ganharam em empolgação até dos hits “Brainstorm” (uma das melhores do disco, mas sem força ao vivo) e “Bet You Look Good On The Dancefloor”, do disco anterior e que de fato alçou o Arctic Monkeys à posição que está. A banda me surpreendeu. Cansadaço e sem poder tomar uma gelada (porque não havia cerveja gelada no local e, durante o show do AM, nem cerveja quente vendiam mais – a produção do evento simplesmente fechou os caixas e parou de vender cerveja, refrigerante, comida… e sem explicações!), o show valeu muito a pena.

Eis que mais meia hora de enrolação e, às 3:55h, sobem os Killers ao palco. A maioria dos 20 mil presentes à Arena Skol já havia vazado. Ali estavam umas nove mil, dez mil pessoas no máximo. Quem ficou não se arrependeu. Não pode ter se arrependido.

Talvez sabendo da provação que aquelas pessoas estavam passando, com as quase quatro horas de atraso, o Killers fez bonito na escolha do setlist: era hit atrás de hit, com direito, logo no começo, à excepcional “Shadowplay”, do Joy Division, a banda mais falada do momento e a que deveria ser mais ouvida. Tocaram tudo que a rapaziada (criançada e tiozões) queria ouvir: “Mr. Brightside”, “Somebody Told Me”, “Bones”, “Read My Mind”, “Jenny Was A Friend Of Mine”, “When You Were Young”, “Sam’s Town”, “For Reasons Unknown”, “Smile Like You Mean It”…

Via aquela moçada lá e lembrava exatamente de shows sensacionais que assiti (como Strokes, Cure, New Order em 88, Charlatans, Siouxsie, White Stripes, Blur etc. etc. etc. etc. – uma lista interminável dessa que é coisa mais bacana a se fazer em termos e música): eles estavam apaixonados pela primeira grande banda dessa geração. “Grande” no sentido de poder se tornar mesmo um gigante como o U2, só para comparar com uma que o próprio Killers se espelha. Viram o Killers senão no auge, porque eles podem fazer ainda mais sucesso, mas pelo menos não em decadência.

Quem ficou até cinco da matina, mesmo sem cerveja e sem comida e sem água, mesmo com uma organização sofrível e ofensiva, não se arrependeu.

Pior ficou a imagem da TIM em São Paulo. Não foram poucos os que queriam torcar de operadora depois da falta de organização no evento. Os papos que se ouvia eram esse, mesmo que fossem brincadeira. Será? Uma organização porca dessas suja o nome de qualquer empresa.

Vamos ver ano que vem. Torço para nomes mais perto da tradição do festival.

P.S.: Antes que me perguntem, não tirei foto alguma, porque algum imbecil acha que é melhor proibir câmeras fotográficas no evento (como se os celulares de hoje, mas não o meu, não fossem pequenas câmeras…).

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