TRANSMISSION NA CASA DISSENSO – COMO FOI

Quase um show entre amigos e pra amigos. E isso torna a coisa muito especial. O Transmission extraviou-se de Porto Alegre pra uma mini turnê em São Paulo (a estreia em terras paulistas, passando por Campinas, Mogi das Cruzes e capital) e pra gravação de um vídeo. Nesse primeiro rolê, a banda tocou com o Mavka, com Huey, Hierofante Púrpura, S.O.M.A…. E tocar junto estreita os laços, por certo.

O clima na Casa Dissenso, pra quem está de fora, ou seja, não é “da turma”, como eu, aparentava uma festa privada, de camaradagem total. E isso ajudou no resultado final. Mas não precisava: o quarteto tem um dos grandes discos recentes do alternativo brasileiro, “Endless” (de outubro de 2010), que você pode fazer o favor a si mesmo e baixar aqui, na faixa, no vasco, de graça (é o segundo disco do Transmission, que em 2005 havia lançado um EP homônimo); e já tem uma boa quilometragem pelo difícil e avacalhado underground brasileiro.

Na plateia, o Mavka, o Huey, a Liege (companheira do Stefano Fell no Loomer), Erick e Muriel do Labirinto (capitães do local) e uma assistência agradável, que povoou na plenitude o espaço. O jogo tava ganho, só restava saber por qual placar.

Como não se mede em tentos um apresentação dessas, melhor caracterizar logo como “uma goleada”: o Transmission é uma banda contida, bastante madura (todos têm larga experiência com outros projetos), com músicas que passam longe da fanfarrice regionalista do pop brasileiro, gentilmente equipadas de algumas bem-vindas microfonias acidentais (“a banda ia se chama ‘apitinho'”, brincou Giana) e um casamento faceiro entre o Sonic Youth e o Joy Division. Não tá bom?

Quando a banda toca, dada as referências imediatas, parece um convite pra chegar junto, fazer parte daquilo. É um pedido de amizade, tímido como os integrantes, mas eficiente.

Abrir com “Missing”, que tem um vídeo lançado recentemente, fez alguns sorrisos aparecerem. Giana Cognato (vocal e guitarra), Stefano Fell (vocal e guitarra), Carol Pinedo (baixo) e Felipe Oliveira (bateria), a partir daí, alternaram faixas dos dois EPs, com destaque pra “Sometimes” e “Tomorrow”, mas não alternaram emoções na plateia.

Pelo que foi possível notar, os sorrisos continuaram, a admiração pela banda se estreitou e todos saíram satisfeitos. Já não era uma relação artista-plateia-fã-amigo. A proximidade do palco e as relações sociais uniram a audiência.

Porém, mais do que isso. Quem estava ali comungava do mesmo gosto por uma música internacionalizada, sem fronteiras e sem barreiras. Quem estava ali se sentiu tão próximo da banda que só faltou sentar, tomar umas e exultar por alguns dias. Quer dizer, sinceramente, nem isso: era só chamar que o convite por certo seria aceito, como numa festa particular, entre amigos – ou deixar a música naturalmente fazer esse papel.

01. Missing
02. Why
03. Sometimes
04. Tomorrow
05. Take Off
06. Near
07. Whatever
08. Trauma
09. Although I Wish
08. Fugazzi

O Floga-se tem alguns vídeos exclusivos da apresentação. Primeiro “Missing”:

“Why”:

“Sometimes”:

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Comentários

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6 comentários

  1. Bah, ficou incrível essa resenha de show, Fernando. Tu conseguiu descrever MUITO BEM o clima do show! Chegamos MUITO felizes aqui em Porto Alegre e loucos pra voltar e rever os amigos que fizemos! Pena não ter conversado contigo pessoalmente!
    Beijo e valeuzão por tudo! =)
    Giana

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