O Amnesia Rockfest acontece em Montebello, Québec, Canadá. Em 2015, o festival chega à décima edição, apresentando System Of A Down, Linkin Park, Offspring, Slayer, Snoop Dog, Pixies, Deftones, Bad Religion e uma cacetada de tantos outros nomes. Acontece de 18 a 21 de junho.
Mas a edição comemorativa de dez anos não vai entrar pra história como a mais quente – ou como a mais divertida. É que na edição de 2014 descobriu-se que foi rodado ali, na área do camping e no hotel do local (há um na área do festival), um filme “adulto”.
A história é bizarra.
A atriz Pamela Kayne atuou com doze homens comuns, clientes do festival, que pagaram ingressos, em filmes que se chamam “Casting Au Rockfest”. Já há três volumes da série.
A ideia era a seguinte: a senhorita Kayne convidava na rua, na entrada do festival, os clientes do Rockfest pra participar de um filme pornô. E foi isso que irritou a organização, principalmente o fundador do festival, Alex Martel, que resolveu processar a produtora responsável, a AD4X. Não houve pedido de autorização à organização do festival pra se realizar tal produção. Foi tudo feito à boca-pequena.
Segundo Martel, a produtora não poderia filmar na área do festival, muito menos citar o nome do evento. Mas a própria campanha do filme já fazia isso: “boa música, cerveja gelada, um dia ensolarado e… uma foda com uma estrela pornô real! Um dia dos sonhos no Rockfest!”. Veja o trailer aqui e vários vídeos da série aqui (nem é preciso avisar pra não assistir no trabalho, certo?).
Martel disse ao Ottawa Citzen, site local, que ficou chateado “pelo fato da produtora ter feito tudo sem consentimento ou permissão, e principalmente por ter usado o nome do festival; é óbvio que dez anos depois, o festival tem uma marca estabelecida, especialmente em Québec, então usar o nosso nome forçou a barra”.
Nesse sentido, a produtora alega que não “há conflito legal em usar o nome Rockfest nos filmes, já que se você procurar no Google por ‘Rockfest’, achará três nos Esteites, cinco na Europa e um na África”. Assim, acredita que “a palavra ‘Rockfest’ não é uma marca registrada”.
A produtora também alega que o filme foi realizado com adultos conscientes do que estavam fazendo – e isso, claro, não tem nada de errado, cada um transa com quem quiser e se deixa filmar se quiser. Além do mais, o filme foi realizado em lugares privados – barracas e quarto de hotel – e não em área pública.
Martel sabe que é difícil controlar o que acontece num camping como o seu, que tem capacidade pra mais de cinco mil barracas. Não é uma tarefa muito fácil monitorar tudo. O público estimado é de duzentas mil pessoas: “o que acontece dentro das barracas é privado; não há nada que possamos fazer; e é óbvio que há um bocado de gente fazendo sexo ali, a gente sabe, e eles têm o direito de fazer isso”.
Ele completa: “o Rockfest é uma enorme festa e nós somos pessoas de cabeça aberta, mas não acho que qualquer promotor de festival oficialmente poderia aprovar esse tipo de coisa”.
Pra piorar, a AD4X já havia feito algo do tipo no Festival Western de Saint-Tite, reincidência que torna a história ainda mais impressionante. A produtora, acredite, é insaciável e pretende meter bronca de novo, sem avisar onde.
Se a moda pega no Brasil, não há festival que encalhe nas bilheterias: todo mundo vai querer gozar o evento na plenitude.