Foto por Leonardo Wen (UOL)
Volta e meia, pra aliviar meus raros leitores, prefiro deixar quem entende do riscado escrever aqui. No caso, falando sobre o show do Jamiroquai, sábado passado, no Natura Nós, em São Paulo, o publicitário/comunicador/empreendedor Leandro Orsolini.
A pena está na mão de quem sabe o que faz.
A cozinha do Jamiroquai
Um show 100% pop, uma pista de dança gigante de duas horas e uma cozinha de respeito. Assim foi o Jamiroquai no sábado, no Natura Nós.
Apesar de ser meu primeiro show da banda, já ganhei o agasalho estilo Adidas do Jay Kay e também desconfiava do cocar. Não deu outra. Só não esperava que ele não fosse tirar o cocar nem no bis.
Outra coisa marcante foi o fato de a “High Times”, a melhor música dos caras, ter sido logo a segunda do set. Senti que queriam mostrar logo de cara a que vieram. E conseguiram. Aliás, o equilíbrio de hits e coisas mais e menos agitadas no decorrer do tempo é uma arte que poucas bandas dominam, e o Jamiroquai é perfeito nisso. Pra usar uma palavra da moda, o show é “orgânico”. Se bem que o quesito “gerenciamento de hits” não é exatamente uma coisa pra muitas bandas se preocuparem, só quem tem pelo menos três hits por disco há quase 20 anos. Bonito de ver.
Trecho de “High Times”:
Mas a (boa, diga-se) sensação de que eles nasceram na década errada foi ainda mais forte ao vivo. Falo da cozinha da banda, que poderia muito bem acompanhar o Stevie Wonder dos anos 70. É mais que um revival: é um remake autêntico, uma antropofagia do soul com os elementos cool-tecnológicos dos anos 90 e 2k.
Por isso, senti que o Jay Kay tem na banda o papel do Rodrigo Santoro em “300”: cativar um público específico. No caso do Santoro, foi uma estratégia da produtora para atrair o público Latino pras produções americanas e garantir bilheteria no Brasil e nos países de língua espanhola. Mas quem manda mesmo no filme é o Gerard Butler. No caso do Jamiroquai, ele é uma isca sei lá pra quem (mocinhas, talvez?), mas quem manda na banda é a batera e o baixo.
Veja “Alright”:
Setlist:
01. Revolution 1993
02. High Times
03. If I Like It, I Do It
04. Virtual Insanity
05. Rock Dust Light Star
06. Little L
07. Alright
08. White Knuckle Ride
09. Black Capricorn Day
10. When You Gonna Learn
11. Cosmic Girl
12. Blue Skies
13. Love Foolosophy
14. Rock Dust Light Star (acoustic version)
15. Canned Heat
Bis
16. Deeper underground
Tô com a “Deeper Underground” atá agora na cabeça!