A memória é curta, então vale rememorar: a Valv é uma banda de Belo Horizonte, surgida em 2000, com poucos registros na carreira, o EP “Ammonite”, de 2001; e “The Sense Of Movement”, de 2004, com participação de Fernanda Takai. Demorou quase quinze anos pra sair outro EP, “Nautilidae”. A obra saiu via Midsummer Madness, dia 7 de agosto de 2018.
O distanciamento do tempo se deu por conta do afastamento dos integrantes. Alessandro Travassos (guitarra e voz) e Alexandre (bateria) montaram a Yukon, que durou até meados de 2010, por exemplo. Foi só em 2014 que a banda voltou a se reunir. Hoje, o grupo é formado por Alessandro Travassos (voz e guitarra), Luciano Cota (guitarra), Bruno Martinho (baixista) e Filipe Monteiro (baterista).
Das cinco faixas do EP, uma (“New Ground”) é da fase da Yukon. As outras são crias do Valv nessa volta à ativa.
“Nautilidae” é um título que tem ligação direta com “Ammonite”. Este refere-se aos nautiloides, enquanto o anterior, aos amonoides, dois grupos de moluscos marinhos (como a capa deixa claro). Como fósseis, com dezoito anos de carreira, a banda poderia estar numa ala do museu da música alternativa brasileira, num mundo em que a música da semana passada já é tão “antiga” quanto a do século anterior.
Mas o indie rock do quarteto é exportável, palatável e por vezes admirável. Pra tocar em rádio, se rádios se importassem com música nova sem o pedágio do jabá. A volta do Valv é uma boa notícia por mostrar que não se desiste daquilo que se acredita e curte fazer, independente da resposta. É um recado. Se tiver mais gente que curta, ótimo. No caso do Valv, parece-me fácil essa resposta.
A renovação às vezes se dá um leve espanar de poeira.
1. Out Of Fear
2. Simpler
3. Not For Ground
4. Driving In A Moonless Sky
5. New Ground
