“Gehenna”, o disco que a Labirinto lançou em 2016 (ouça aqui na íntegra), parece que vive num universo paralelo e fantasioso. Mas não é o que mostra o vídeo promocional de “Enoch”, segunda faixa do trabalho.
A peça visual traz uma edição de cenas, com imagens selecionadas por Erick Cruxen, Rodrigo Florentino e Muriel Curi (que também editou), de protestos contra o governo estadual paulista, onde manifestantes tomam porrada e sofrem todo tipo de atrocidade da polícia, e protestos de pessoas que pedem a volta dos militares ao poder; há ainda imagens de crimes cometidos pela ditadura de 60/70.
A canção é instrumental e o vídeo acaba por dar uma orientação de voz sobre a violência e a contradição fervilhante que a sociedade vive. São tempos difíceis e sem solução de tranquilidade à vista.
É como se questionasse uma sociedade que vive apática: ela deve estar em constante ebulição, sem aparente calmaria, porque é só assim, no debate, no embate, na luta e no confronto direto que ela se projeta pra avanços. Ou retrocessos.
Veja: