“Eu Entendo A Noite Como Um Oceano Que Banha De Sombras O Mundo De Sol” ganhou vida em janeiro de 2017 (leia a longa matéria e ouça o disco aqui) e Vitor Colares já tem um novo trabalho: “Fotografia De Rachadura”, publicado em 19 de julho de 2017, mais uma vez uma produção independente.
Vitor, nesse novo disco, que é uma espécie de “continuação” do anterior, está um tanto mais cru e agudo nas experimentações – ouça “Ecdise”, “Antessala” (com uma declamação angustiante) e o noise-silencioso de “Do Refluxo” – mantendo uma “melancolia-mpb” suave, em faixas como “Memorando”, “Tempestades Tropicais”, “Nictografia” e “Fugere”. Por fim, “Epílogo” é uma colagem misteriosa.
A instrumentação singela, com vocais suaves, e os ruídos aparentemente separam o trabalho em duas partes distintas, mas as modulações de “Tempestades Tropicais” insistem numa unidade que é benéfica ao ouvinte que prefere mais a segunda alternativa.
A discografia de Colares, principalmente os dois discos em questão, vai se aglutinando num convite pra ser ouvida em sequência, sem distanciamentos, como uma coisa só. “Fotografia De Rachadura” pode parecer continuação do anterior, um resquício ou algo do tipo, mas isso não deve desmerecer ou diminuir o trabalho. Se o ouvinte gostou de “Eu Entendo A Noite Como Um Oceano Que Banha De Sombras O Mundo De Sol” e ele ainda está vivo na memória ou em processo de degustação, o novo disco veio pra reforçar essa digníssima obra.
Ouça:
O trabalho todo foi composto, produzido, gravado e mixado por Vitor Colares em julho de 2017, com masterização dele e de Diego Maia. Não houve, como se vê, muito tempo pra aparar arestas do resultado final. Colares entrega o imaginado e executado. É direto, uma fotografia do momento.
1. Memorando
2. Tempestades Tropicais
3. Nictografia
4. Fugere
5. Ecdise
6. Antessala
7. Do Refluxo
8. Epílogo
