Wallace Costa anda mais sossegado na produção. Depois de um 2014 com nove trabalhos lançados e um 2015 com oito, ele lançou apenas dois discos tanto em 2016 como em 2017 e apenas um em 2018 – e no dia 31 de dezembro -, esse “Stubborn Eye”, sucessor de “Promises Between Strangers”, do ano anterior (ouça aqui).
O poeta trovador está menos prolífico, mas continua com resultados interessantes. Seu folk invernal e melancólico já se apresentou das mais variadas formas. Aqui, a variedade de instrumentos mostra que Costa teve muito mais paciência pra elaborar suas doze canções, que insinuam-se desavergonhadamente militantes de um desabafo mental – “Hypocrite” é uma indireta que torço pra que o alvo tenha captado e repensado – e de um formato mais grandioso.
Wallace não tem piedade: ele dedilha seu violão, sua guitarra, em meio sons densos e vozes distantes, como se o mundo, por mais sol e calor e verão que espalhe, ainda nos faça lembrar que o desânimo também se faz presente. A felicidade é fugaz, por mais que você tenha o seu amor ao lado e que baste um olhar. Sempre tem alguém que tem mais do que a gente. A gente teima em olhar pra aquilo que nos deprime e pra aquilo que desejamos e não possuímos.
Ok, não é preciso se matar por excesso de ambição ou por tanta melancolia. Isso o artista está longe de propor – nem quando “Na Estação” chega pesada, implacável e… sensual. É só um aviso. Pra alguns, um estado de espírito passageiro; pra Wallace, um peso que ele desprende do peito pra descarregar na sua arte.
As doze canções foram escritas, produzidas, executadas e gravadas pelo próprio Wallace Costa.
O disco tem lançamento da sua Acácio Records, que coloca no mundo todos os alter-egos do artista – Frozen Institute, Um Camenzind, Transparente Intenso e Nonwords.
01. This Is When
02. Hypocrite
03. Linhas
04. Na Estação
05. Olho Teimoso
06. Dizzy Argument
07. Rehearsal
08. Stitches
09. You Write Curves
10. #17
11. Repetition
12. Pure (Para Os Pássaros Da Tua Janela)