Sem ele… O que seria do rock sem ele? O que seria do hip hop e da world music sem ele? Malcolm McLaren foi a “mente criativa” por trás do Sex Pistols, embora isso não seja 100% verdade. O que vale, entretanto, é a lenda – e é assim que contam a história, até porque tem muito mesmo de verdade.
Ele morreu há pouco, aos 64 anos, em Nova Iorque. Sabia-se que ele tinha câncer, diagnosticado há pouco tempo. Mas a causa da morte não importa.
McLaren agenciou o Sex Pistols por muito tempo. Isso importa. Mas ele também esteve por trás de bandas como New York Dolls e Bow Wow Wow, antes de produzir suas próprias canções, incluindo as do clássico disco street, de 1983, “Duck Rock” (um dos “mil discos que você precisa ouvir antes de morrer”).
Ele se formou na escola de arte em 1960, com Vivienne Westwood, estilista aclamadíssima, e juntos criaram a Let It Rock, loja especializada em moda de roupas de fetiche, couro e afins. Mais tarde, isso foi definido como “moda punk”.
Com os Pistols, criou mais do que um estilo, o punk, mudou a história da música. Há antes e depois do Sex Pistols, certo? Mesmo que o Sex Pistols não tenha sido exatamente e totalmente original (os Stooges que o digam). Mas eis uma grande lição de McLaren: o que vale é a propaganda. Bingo!
Quando “Anarchy In The UK” saiu, em dezembro de 1976, o alvoroço foi enorme. A EMI, gigante da indústria fonográfica, foi alvo em “E.M.I.” e boicotou a banda. O single “God Save The Queen” foi banido pela BBC. Era tudo mágica em torno do Sex Pistols, mas tudo bem na base da esbórnia.
Assim que a banda foi pro saco, em 1978, Malcolm McLaren entrou numa briga judicial com os membros dos Pistols, querendo, inclusive, parte dos royalties das músicas. Não precisava: sua parte na história estava reservada pra sempre, como um revolucionário, como artista, como músico, como cascateiro. Não importa: “de um jeito ou de outro, não sei como, vou entrar pra história”, disse certa vez.
Veja o clipe de “Buffalo Gals” e entenda como ele influenciou mais até do que raia punk:
Gênio ou cascateiro, Malcolm McLaren está na história. Como previra – e certamente desejava.