O sexteto americano, da Carolina do Norte, é freqüentemente comparado ao Arcade Fire, ao Flaming Lips e ao maratonista musical Sufjan Stevens. Mas Adam Baker (vocais, piano, teclados, guitarra, bateria, percussão, letras), Anna Spence (piano, teclados), Kenny Florence (guitarra, vocais), Mike Robinson (baixo, vocais), Nick Radford (bateria, percussão) e Zack Oden (guitarra, bateria, percussão) são bem mais do que isso (uma banda-homenagem). Eles seguem, sim, a mesma linha do AF, do Flaming Lips e do Wolf Parade, além de ser possível ouvir na música deles barulhinhos de Grandaddy e afins, mas eles têm pretensões “maiores”.
O cabeça da banda, Adam Baker, dá de ombros a essas comparações elogiosas e diz que quer mesmo é “criar algo tão bom quanto Brian Wilson”. Acrescenta informando que está próximo, pouco modesto que é. Mas a imprensa não liga para sua imodéstia e atira elogios à banda. É, os integrantes do ANNUALS são obcecados pela pureza pop dos sons dos anos 60. Se ovcê ouvir a banda, vai perceber isso.
Adam, Kenny e Mike são amigos de longa data e sempre tiveram bandas juntos. Com a entrada dos três outros integrantes acabaram, por volta de 2005, formando o Annuals, uma bela novidade de música indie e experimental. Ou por outra – que se dane esse negócio de “indie”: é uma bela novidade de música BOA. A banda tem nos shows uma energia fora do comum, ao contrário do que se escuta em CD, com canções tranqüilas, bem acabadas, climáticas, explosivas em alguns momentos. Ao vivo, trocam constantemente de instrumentos e a coisa toda vira uma quase-jam.
Nenhum dos integrantes ultrapassa os vinte anos de idade, o que dá a medida do que essa energia adolescente pode fazer com guitarras e baquetas na mão. Eles variam do eletrônico ao rock, do folk ao pop, com leveza, mas nada tão definido a ponto de determinar o tipo de música que eles fazem. São pequenas pérolas assobiáveis, daquelas que volta e meia te traem num batuque de pés, num balançar de cabeça. A melodia impregna. E isso é bom.
O primeiro disco, “Be He Me”, saiu no final de 2006 e é melhor que se ouça inteiro. A lista das músicas está aí, já que é bstante improvável que lancem na colorida pátria brasileira:
01. Brother
02. Dry Clothes
03. Complete, or Completing
04. Carry Around
05. Chase You Off
06. Bleary-Eyed
07. Fair
08. Bull, and the Goat
09. Mama
10. Ida, My
11. Father
12. Sway
Pra entender melhor, veja o clipe de “Brother”:
Baixe o disco, ouça e dê o braço a torcer: não falta modéstia no Annuals à toa.