CADU TENÓRIO – SIGNAL EUSTASY IV

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O primeiro disco de Cadu Tenório de 2021, lançado em 7 de maio, pelas mãos da Sinewave e Ultra Gash Records, é “Signal Eustasy IV”, meses depois de “Waifu”, o último dos três lançados em 2020 (leia e ouça aqui) – além dele, teve “Monument For Nothing” (vá aqui e resenha aqui) e “孤立: Room Memoirs” (aqui e resenha aqui). Em 2019, o músico também colocou no mundo três discos.

“Signal Eustasy IV” é mais uma junção de amigos em torno de uma ideia. E que amigos! Eles conseguiram a proeza de elevar ainda mais o nível da criação de Tenório, que navega por mares não identificáveis do grande público.

Há Juçara Marçal, Emygdio Costa, Kiko Dinucci, Lucindo e L. Borgia Rossetti. E há Cadu, é claro, sempre conseguindo surpreender.

Seu disco “submarino” (“Diamond Dust”, “Yellow Flower” e “Dronya” estão, obviamente, embaixo d’água), mais uma vez a la “Blade Runner” (ou “Mad Max”), coloca os sintetizadores na linha de frente, como painéis luminosos indicativos de comando de uma grande aparato mecânico construído pelo homem. É ficção-científica, mas, ora, é a mais pura realidade de geleiras destroçadas, grandes icebergues flutuando por aí e mares se enchendo.

Já não se trata de entender a música de Tenório em si. Mas o que ele vai tentar fazer com que a gente acredite. Não acredita quem não quer. A Música Torta Brasileira, capitaneada pela sua mente, desceu as velas e deixou a maré levá-la. Mas quem comanda a maré é justamente ele.

Sua paixão por jogos, mangás, cultura oriental, maia, gravações de campo e citações muitas se torna um divertido exercício de compreensão e identificação, uma leitura. Ou seja, cada disco é um emaranhado de correntes a seguir – o “deixa a vida me levar”, onde a vida é justamente Cadu Tenório.

Vale deixar “Signal Eustasy IV” te levar. De um google e divirta-se nesse mar de informações, referências, sons e abusos criativos.

A composição, produção e execução te quase todos os instrumentos são, claro, de Cadu Tenório.

A mixagem é dele com seu fiel parceiro Emygdio, que também assina a masterização.

O que cada convidado faz? Cadu diz nos créditos: Kiko Dinucci, violão em “Heartless Angel” e “Gunblade”; Juçara Marçal, vocais em “El-Seibzehn”; Emygdi, sintetizador e bateria eletrônica em “El-Seibzehn”; Lucindo, sintetizador em “Xibalba”, “Yellow Flower”, “Dronya” e “The Jetbike Race”, e bateria eletrônica em “The Jetbike Race”; L. Borgia Rossetti, guitarra em “Mystic Eyes Of Death Perception”, e sax, piano e guitarra em “Grimoire Noir”.

De acordo com suas próprias palavras, no informe oficial à imprensa, Cadu imaginou o disco “como a trilha sonora que acompanha um protagonista silencioso, desses que a gente costuma ter duas ou três opções de diálogo que mudam muito pouco, quase nada, os rumos da jornada. Passamos tanto tempo respondendo por ele, ‘vivendo’ através dele, fugindo, tentando encontrar… Fiquei sabendo de ‘Signal Eustasy’ a partir de um sonho, desses que a gente esquece tudo quase que automaticamente quando acorda. O nome ficou. ‘Signal Eustasy’ é uma franquia que só existe no plano onírico. Obviamente divide traços com outra muito famosa, o nome não deixaria esconder. Mas não só, ela propõe um universo próprio criado a partir de retalhos remanescentes de vários outros universos, desses em que passamos dezenas, até centenas de horas, imersos, sentados, destruindo tanto a vista quanto a coluna e que possivelmente foram ‘segundo lar’ de alguns de vocês – que estão lendo isso aqui – em momentos felizes e difíceis de suas infâncias e de suas vidas como um todo… O que mais me recordo, dos intensos mergulhos que dei (e ainda dou) nesses universos, é do som de cada lugar, dos temas, trilhas sonoras compostas por pessoas que sempre serão grande influência pra mim (Nobuo Uematsu, Koji Kondo, Hirokazu Tanaka, Keiichi Suzuki, Koichi Sugiyama, Yasunori Mitsuda, Keiichi Okabe, Shoji Meguro, entre muitos outros), que com certeza foram o principal motivo pros sorrisos e lágrimas que deixei cair, muito mais do que os enredos que ganharam vida através de suas composições. O disco perpetua um sonho meu. É mais um passo nesse sonho que é necessidade e que a cada dia que passa fica mais difícil não esquecer (acordar?)… Esse é um dos principais motivos para eu ter me esforçado tanto pra registrá-lo aqui, agora”.

01. Heartless Angel (com Kiko Dinucci)
02. The Points Where Things Could Easily Be Broken.
03. Kupo
04. Xibalba (com Lucindo)
05. El-Seibzehn (com Juçara Marçal & Emygdio)
06. Cursed Woods
07. Mystic Eyes Of Death Perception (com L. Borgia Rossetti)
08. Gunblade (com Kiko Dinucci)
09. Diamond Dust
10. Yellow Flower (com Lucindo)
11. Dronya (com Lucindo)
12. The Jetbike Race (com Lucindo)
13. Grimoire Noir (com L. Borgia Rossetti)
14. Grimoire Weiss
15. Sleeping Beauty

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