“Memória. Esta é a palavra que define este álbum e as músicas aqui reunidas. Como aquelas cartas escritas de um só ato de improviso, pra depois serem engavetadas por não cumprir o seu tempo de destinação, la lettre volée, pequena carta posta de lado, esperando o momento de ser encontrada por outras pessoas que não o seu destinatário oficial. E pra diante de si devolvê-la livremente ao sentido de seu próprio voo”.
Os mineiros do Constantina surpreendem até no provável lugar-comum. “Codorna”, o álbum de “sobras”, depois do de remixes (“Mexido”, 2016, leia e ouça aqui) e do “original” (“Pelicano”, de 2014, leia e ouça aqui), apareceu um tanto na surpresa e foi aglutinado como uma “reunião destas cartas sonoras feitas espontaneamente entre o período de 2006 a 2014, que nos faz lembrar de momentos livres onde as notas fluíam por nossos dedos e passavam sem que percebêssemos por nossa consciência. Por isso assim. Sem alvoroços… Sem avisos e destino…”, diz o texto oficial.
Da deliciosa “Cardiopatia”, até o extasiante trio final – “Piña Colada”, “Baleia” e “Viela”, o grupo solta no ar climas bucólicos e melancólicos com tanta generosidade quanto deixa escapar certos suingues pouco audíveis em sua obra (como na faixa de abertura).
Ouça na íntegra:
O disco saiu dia 19 de novembro de 2017, pela Blue Tapes inglesa, com cópias físicas específicas em cassete.
O trabalho todo de edição mixagem e masterização é de André Veloso, uma das cabeças do Constantina, num esforço de gravação que reuniu ao todo treze músicos em diversas passagens pela banda.
1. Cardiopatia
2. s/t 2007
3. s/t 2011
4. s/t 2012
5. Ele Já Atravessou Todos Os Oceanos Do Mundo / 2007
6. Entra No Susto
7. Piña Colada
8. Baleia
9. Viela
Foto que abre o artigo: Letícia Marotta