“Absorvido pelas particularidades do momento (…), ‘Áspero’ (…) recusa a acomodar-se nos horizontes fechados do realismo capitalista. Um trabalho de carácter firme, em que o presente confortável e seguro não está aqui, e o futuro não parece mais possível”, diz a apresentação do disco “Áspero”, estreia do Dramón.
O músico carioca residente em São Paulo Renan Vasconcelos está por trás das notas que ouvimos nas oito canções.
O disco saiu dia 26 de março de 2021, pelas mãos da Sinewave, selo de qualidade irretocável.
“Àspero” tem uma estranha sonoridade de “desalento”. As músicas parecem feitas pra vinhetas de apresentação documental (jornalísticas, ok), com batidas cubistas, como quadrados tentando se encaixar em triângulos e retângulos e tals. “Descompasso” começa diferente, agressiva, mas logo volta à crueza geral do disco. “Inflexível” lembra o Violeta De Outono sonhando com alguma criação. “Ecos Do Vazio” tem um título que diz tudo, e no bom sentido.
A obra “transita entre o rock e a experimentação, e é diferente de tudo que já lancei anteriormente”, disse o artista, quando da apresentação de “Vencer O Sol”.
E o que ele lançou antes foram alguns EPs, que valem a audição: “Ansiedade Morte”, em 2018 (ouça aqui); “Equilíbrio Utopia”, de 2019 (ouça aqui); e “Afã”, de 2020 (ouça aqui).
“Àspero” é serve como trilha de fundo pra qualquer coisa do cotidiano solitário da pandemia. Porque ele não é áspero, é aconchegante até. Tem suspense e tem suavidade. É pra ouvir e esquecer, é pra ouvir esquecendo, escapando (e anunciando a volta) da realidade de logo mais.
O disco foi escrito, produzido, executado e gravado em 2020, pelo próprio Renan Vasconcelos. “Insônia” é exceção, escrita por Marcelo Malni, que também toca guitarra, baixo e sintetizadores “Insônia” e baixo em “Àspero”, a faixa-título. Felipe Duriez faz voz em “Ecos Do Vazio.
1. Àspero
2. Vencer O Sol
3. Descompasso
4. Inflexível
5. Ecos Do Vazio
6. Insônia (com Malni)
7. Atenção, Atenção!
8. Pelas Paredes Da Memória