ELIMINADORZINHO – ROCK JR.

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Talvez a melhor coisa do primeiro disco do Eliminadorzinho seja mesmo o título. Ali está toda a essência do que as nove canções da banda paulistana tentam passar.

São letra inocentes, que aparentam jovens que não viveram muitos problemas realmente sérios e têm pouco a dizer, mas que utilizam a privilegiada bagagem cultural pra, ao menos, fazer uma penca de músicas certeiras – e não necessariamente pra um público de idade tenra.

“O trabalho reúne nove canções que têm em comum algo que vai além da sonoridade: falam sobre a bagunça do começo da vida adulta. Em tom confessional, refletem sobre romances, amizades, convivência, tempo e rotina”, explica o texto no Bandcamp. “É um disco sobre uma série de coisinhas, um disco desmontável e remontável. Cada música é um episódio do nosso cotidiano, que se passa na cidade (ou em várias cidades). Fizemos tudo isso com o máximo de sinceridade”, segue.

Além do título, o grande trunfo do Eliminadorzinho está nas guitarras. Nem tão barulhentas que não pudessem entrar na trilha de “Malhação”, pra jovens do Brasil inteiro e de todas as cores, nem tão limpinhas que não deixem de incomodar mamães e papais cansados com as tarefas diárias.

O rock júnior é aquele que serve pra isso, pra incomodar, mas não tanto. E no caso do Eliminadorzinho, que bom que a banda não perdeu a mesma vontade desde “Nada Mais Restrará.”, o primeiro EP, de 2016 (clique aqui, porque lá se vão cinco anos!).

As músicas são curtas e sem muitas nuances. Por isso, as melhores ainda estão nas com mais minutagem, como a boa “Eu Já Sei”, um tanto mais melancólica, “Eu Só Preciso De Um Tempo”, “Trânsito (Ilusão)” e na “Canção Pro Tony Andar De Skate”, bem divertida. “Temporais”, com aquele começo meloso, tocaria fácil numa “rádio rock” dos anos 1980. Aliás, quem tocaria em “Malhação” (se a Rede Globo reavivar a série, deveria tentar), tocaria em qualquer rádio, certo?

Não importa como se rotule isso – emo, indie, noise rock? – o que importa é a careta que os mais velhos vão fazer ao ouvir essas guitarras.

Eliminadorzinho é Gabriel Eliott (vocal e guitarra), João Pedro Haddad (baixo) e Tiago Souto Schützer (bateria). Há ainda Luden Viana, do E A Terra Nunca Me Pareceu Tão Distante guitarra em “Trânsito (Ilusão)”.

Viana assina a produção com a própria banda.

O disco foi gravado nos estúdios Cavalo e Espaço Som, em São Paulo, entre junho de 2019 e fevereiro de 2020, pouco antes da pandemia estourar no mundo.

A master tem assinatura de Ali Zaher e a mixagem, de Gabriel Arbex.

1. Eu Só Preciso De Um Tempo
2. Verde
3. Pompeia
4. Baixo Astral
5. Eu Já Sei
6. Temporais
7. Trânsito (Ilusão)
8. Em Seu Lugar
9. Canção Pro Tony Andar De Skate

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