“Lifelike” é o segundo disco do Facs, trio que tem Noah Leger (bateria) e Brian Case (guitarra e vocal), ambos do Disappears, umas bandas preferidas aqui da casa. O terceiro integrante é Alianna Kalaba (baixo), que já havia entrado no lugar de Jonathan Van Herik desde a época do primeiro trabalho, “Negative Houses” (um dos melhores discos de 2018 de acordo com a equipe do Floga-se). Você pode ouvir o álbum na íntegra clicando aqui.
Em “Lifelike”, são seis músicas, trinta minutos de um soturno jazzístico (por assim dizer) arte-pós-punk, onde a melodia é maleável pra se moldar à forma de não-canção. Art-rock, post-rock, post-punk, as etiquetas se sucedem como um maneira de mostrar que o Facs não é um grupo disposto a se escorar em algo e dali ver a vida passar. A ousadia dentro das suas limitações é o motor, mesmo que pra muitos não se tenha por “ousado”.
As faixas se arrastam como se monitorando o próximo passo. Tudo é cauteloso. E respeitoso. É um tipo de experimentação não provocativa, trabalhando com muitos espaços entre as camadas. A bateria orienta de uma maneira a dar base pra guitarra experimentar barulhos e formas, fica nos subterrâneos das canções. E, de certa forma, se aproxima do Disappears (mais do que em “Negative Houses”). Parece improviso, mas é tudo calculado.
É um disco curto que curiosamente se prolonga porque seus detalhes pedem uma nova audição. Mas não é um disco pra todos. Dependendo do humor, é cansativo – é preciso que o ouvinte seja ativo, esteja disposto (não é prudente desistir facilmente: “Anti-Body” é como se o Sonic Youth estivesse impulsionando o trio, vale chegar até aqui). O tempo vai maturar positivamente esta obra.
“Lifelike” foi gravado no Electrical Audio, em setembro de 2018, por Jeremy Lemos, com mixagem do já rodado John Congleton e masterização de Jason Ward. Todas as canções são do trio.
O lançamento é de 29 de março de 2019, via Trouble In Mind.
1. Another Country
2. In Time
3. XUXA
4. Anti-Body
5. Loom State
6. Total History