Talvez Hozac seja o melhor selo atualmente no mundo. Sabe garimpar como poucos as insanidades sonoras dos subterrâneos do mundo. Uma boa (nova) prova é esse primeiro disco do NUN, banda de Melbourne, Austrália.
Com um pós-punk eletrônico e altamente soturno, dark, gótico, lambendo às vezes o industrial, a banda surpreende com seu trabalho homônimo de estreia.
O Nun é um quarteto: Jenny Branagan (vocal e sintetizador), Steven Harris (bateria eletrônica e sintetizador), Hugh Young (sintetizador) e Tom Hardisty (baixo). Não há guitarra, como você pode perceber. E é tudo “sintetizado”.
O disco é de 11 de abril de 2014. Mas a banda demorou quase seis meses pra deixar tudo nos trinques, durante o verão e o inverno de 2013. A produção de Tom Hardisty deu um ar oitentista a uma obra que poderia tocar de cabo a rabo nas noitadas do saudoso Espaço Retrô em São Paulo, em meio aos X-Mal Deustchland, Pink Industry (uma referência imediata), Section 25 e Dead Can Dance.
A voz de Jenny Branagan é instigante, um tanto gritada, como se extravasasse problemas cotidianos na pista de dança escura, iluminada por estrobos. A música, apesar soturna, convida à dança (senão, ouça “Evoke The Sleep”, algo como um Devo gótico). A exceção é “Terror Maze”, um ambient experimental e igualmente obscuro.
Vale notar também, no último vídeo deste artigo, como ao vivo a banda consegue aflorar uma veia um tanto punk, por conta da inquieta Branagan.
Aqui, você pode tirar a prova, ouvindo o disco na íntegra. Apague a luz vai nessa:
01. Immersion II
02. Evoke The Sleep
03. Kino
04. Suppress Electricity
05. Subway
06. Uri Geller
07. Cronenberg
08. Lost Souls
09. Terror Maze
10. In Blood
Aqui, seguem os três vídeos já feitos de faixas do disco. Primeiro, “Evoke The Sleep”; então, “Uri Geller”; e, por fim, respectivamente, “Cronenberg”:
Aqui, uma amostra da banda ao vivo, tocando numa sessão na rádio 3RRR: