O Oruã é mais um dos trocentos projetos de Lê Almeida. Em 2017, a banda lançou “Sem Bênção / Sem Crença”, com duas baterias e um bocado de convidados especiais (ouça aqui). Já a Goldenloki chamou atenção aqui do site com o segundo disco, “Largado Na Existência” (leia a resenha aqui), lançado no fim de 2017.
As duas bandas (ou conjuntos, como a turma gosta de se chamar) se uniram pra esse singelo disco compartilhado chamado “Creme” e lançado, claro, pela Transfusão Noise Records, em 24 de janeiro de 2018. São, como ressalta a descrição do trabalho, treze minutos de cada lado, um lado pra cada grupo.
A parte que cabe ao Oruã é interessante, com seus treze minutos cobertos por uma procissão cíclica, culminando com um final disforme e propositadamente sem sentido.
Mas é o lado do Goldenloki (foto) o mais divertido, com suas guitarras oitentistas e produção “fuleira” (entre aspas porque é intencional). “Continua” é uma caótica diversão garageira, com uma letra minimalista, que mostra um viés de alta poética do quinteto carioca (passatodotempotudopassa / continua / todomundoéloucomenosa / loucura), emendando com “Flores Mais Ácidas”, um krautrock demoníaco pra ser ouvido no volume máximo e que se danem os vizinhos, a família e o bom senso.
“Creme” foi gravado no Escritório, o estúdio cívico de Lê Almeida, no Rio de Janeiro, e lançado em 24 de janeiro de 2018.
1. Oruã – Álgebra
2. Goldenloki – Arcadas
3. Goldenloki – Continua / Flores Mais Ácidas