“Em junho, o Facebook me ofereceu US$ 200.000 para licenciar uma antiga versão ao vivo comigo cantando ‘I Will Survive’ pra um anúncio que representava o Facebook como um defensor das pequenas empresas. Embora eu realmente pudesse ter usado o dinheiro, eu disse não porque não queria ser cúmplice no Facebook de hospedagem de notícias falsas que poderiam permitir a reeleição de Donald Trump”, disse Antony Hegarty, conhecida como Anohni.
“Eles responderam dizendo que estavam melhorando o processo, fazendo doações para as instituições de caridade de sua escolha. Acordei na manhã seguinte e percebi que isso não é nem publicidade; isso é política, e eu nem sei a profundidade dessa água. Esta empresa Droga5 trabalhou com (Barack) Obama (ex-presidente dos Esteites, de 2008 a 2016) e Google e outros. Saltei fora. Um mês depois, vi o anúncio. O Facebook contratou outro cantor pra emular minha versão da música. Foi uma sensação nauseante”, ela seguiu.
“Todos nós sabemos que Facebook, Google, Twitter, Amazon e outros agora parecem estar destruindo nossas vidas, nossas mentes, nossos empregos, nossas culturas e a capacidade de nossas sociedades de governar a si mesmas. Nós, como artistas, fomos os primeiros a ser levados à lona por empresas como a Apple e o Facebook. E agora, como artistas, devemos ser os primeiros a partir. Devemos mostrar que é possível viver sem Instagram, sem Facebook, sem Google e sem Amazon. Devemos nos esforçar pra reconstruir nossas vidas e nossas comunidades, nossas conversas privadas, de maneiras que não dependam de infraestruturas e interfaces manipuladoras fornecidas pelas corporações mais ricas e malévolas do mundo”, continuou, num pronunciamento que anda sendo cada vez mais corriqueiro – quem não viu “O Dilema Das Redes” (The Social Dilemma, 2020, direção de Jeff Orlowski), o documentário que a Netflix colocou no ar este ano?
“Após o desastre do Facebook, me senti compelido a terminar minha versão de estúdio de ‘I Will Survive’. Foi a primeira música que cantei em boates de Nova Iorque quando tinha 20 anos. Eu cantei centenas de vezes. Naquela época, eu cantei pensando em Marsha P. Johnson e a comunidade queer underground lutando pra sobreviver em face da AIDS. Agora me parece um hino pro futuro da vida na terra. Obviamente, o Youtube é propriedade do Google. Eu não fechei todas as minhas contas. Mas eu quero falar com você sobre isso. Eu quero fazer parte dessa conversa”, encerrou.
A canção foi escrita por Freddie Perren e Dino Fekaris, lançada na voz de Gloria Gaynor em 1978, um tremendo sucesso, como lado b de “Substitute” e encontrado no sexto álbum da cantora, “Love Tracks”.
Você conhece, todo mundo conhece. Basta ouvir a versão de Anohni: