Não há carro blindado capaz de parar o Giallos. Eles testemunham uma cidade em que todos estão morrendo e nós estamos assistindo a tudo o que não nos afeta diretamente como um espetáculo bem distante de nossas televisões digitais.
Eles deixam bem claro que não se trata de fábula alguma e que a única moral que poderá ser extraída de “BLAXXXPLOITATION” (leia a matéria sobre o disco aqui) é a enorme frustração do mundo moderno. Como se fosse uma espécie de fracasso lírico, em que nenhum deslumbramento parece ser capaz de ser diagnosticado nas atitudes recentes.
Contas pagas não significam nada. Deus não significa nada. Encare como quiser, pois, assim como as guitarras dispersas do EP (elas literalmente distorcem pra todos os lados), a banda não está apelando pra nada no ouvinte e parece muito à vontade ao expor sua curta-vontade com o mundo e os assuntos em geral.
De forma bastante particular, a banda trata dos assuntos considerados desimportantes pelo status quo. Sobre as coisas feias e sujas, afinal alguém precisa fazer isso. Alguém tem de falar que todos são suspeitos, de que nada vai acabar bem (a não ser pra quem está no topo da estrutura social) e de que a massagem está reservada apenas pros detentores do poder.
Não há clímax (as três músicas são replicadas em versões só com os vocais – mas não a cappella, é só a trilha da voz mesmo). Não há nada. Em menos de sete minutos, você aprende a lição de que esses últimos anos política e socialmente intensos não serviram de muita coisa.
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NOTA: 7,0
Lançamento: 12 de abril de 2017
Duração: 11 minutos e 53 segundos
Selo: Independente
Produção: Giallos
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