SEASHORE DARKCAVE – RAW WAVE CHEST

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Mario Mamede foi baterista da desgraça que foi o Moptop, uma das bandas que a imprensa musical nacional insuflou na onda dos Strokes – e conseguiu, já que os cariocas fizeram um sucesso considerável e ainda circulam na cabeça daqueles outrora jovens e adolescentes, hoje adultos.

Ok, o Moptop era uma bobagem forçada, mas Mamede seguiu seu trabalho, depois do fim da banda, e um desses trabalhos é o Seashore Darkcave, projeto iniciado em 2014, que lançou desde então singles e EPzinhos no Bandcamp, com uma sonoridade bem mais interessante.

Sinistro por vezes, o Seashore Darkcave mergulha na darkwave (pode chamar de “gótico”) e no pós-punk pra músicas que não chegam a ser difíceis, nem sombrias o suficiente pra afastar ouvintes de primeira viagem. Ao contrário, é um tanto reconfortante.

“Seashore Darkcave é um projeto totalmente instrumental”, escreve na apresentação oficial da coletânea “Raw Wave Chest”, que compila sons gravados desde 2014. “A ausência de vozes desgastadas e fórmulas do universo pop ajuda a criar os sons atmosféricos e sombrios das músicas. Ecoando pelas paredes úmidas e geladas de uma caverna à beira-mar, um som profundo reverbera, com batidas hipnóticas envoltas em uma atmosfera sombria. Uma atmosfera familiar na escuridão avassaladora de timbres e texturas musicais que nos remetem aos experimentos da new wave e nos transportam ao encontro das criaturas que habitam os mares profundos”.

Segundo a etiqueta Paranoia Musique, que lançou a coletânea em 12 de março de 2021, “‘Raw Wave Chest’ reúne singles e músicas do primeiro EP ‘Raw Wave’ (2014), do EP ‘Singles 2015-2018’ (2018) e do EP ‘Second Wave’ (2019), além da música inédita ‘The Glitch’ com um vídeo dirigido pelo próprio Mamede”.

O imaginário fantástico de Seashore Darkcave é o “culto secreto de adoradores de águas vivas, navio fantasma, medo de se achar sozinho em espaços abertos ou multidões, morcegos das cavernas que pescam, o mundo abissal, geografia randômica, lendas sombrias de seres folclóricos, quarentena, portais mágicos submarinos e outros”.

É um disco bastante divertido, enfim. E, mesmo assim, ideal pros dias sombrios de pandemias e mortes que vivemos.

01. The Glitch
02. Into The Midnight Zone
03. Lat Long Random
04. Agoraphobia Overclock
05. Raw Waving
06. The Algae Bloom Gates
07. Himantolophus
08. L14 Quarantine
09. Myotis Vivesi
10. The Caleuche Dress Code
11. Time Flies For A Spider
12. The Legend Of Yacuruna
13. Medusozoa Cult
14. Strobo For Grootslang

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