Mike Mills dirigiu o ótimo “Mulheres Do Século XX” (20th Century Women, EUA, 2016, pelo qual concorreu ao Oscar de melhor roteiro original), onde constituía bem o drama e conflito de gerações, utilizando-se da música (Black Flag, Siouxsie & The Banshees, Talking Heads) pra unir as pontas. O cineasta e roteirista tem 53 anos e viveu exatamente o que o personagem principal da trama, filho da mãe interpretada por Annette Bening, presenciou. O filme é “semi-autobiográfico”.
Aqui, pode-se encontrar um tema semelhante. Alicia Vikander interpreta uma moça que o filme acompanha desde o nascimento, numa espécie de “Boyhood” em apenas vinte e seis minutos. Vikander é a mesma, seja ela um bebê, seja ela uma adulta, seja ela nos últimos dias de vida, o que dá graça ao filme.
Com uma fotografia em preto-e-branco (com uma luz que remete a sonhos e imaginações), de Daniel Voldheim, o curta de Mills consegue simplificar bem a obra do National: essa personagem de Vikander é a personagem da maioria de nós – a gente nasce, cresce e morre, com algumas diferenças no meio do caminho. A gente é a semente da transformação do mundo, o que se faz e se deixa por aqui.
Se alguém subisse uma hashtag #somostodosapersonagemdeVikander não seria mentira. Nossa vida é isso aí.
“I Am Easy To Find” é o oitavo disco do National. O curta-metragem de Mills é um braço da obra (leia mais aqui).